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Corrida e meditação são mais parecidas do que você pensa. Enquanto muito se tem falado sobre meditar, silenciar a mente e os benefícios dessa prática para diminuir o estresse, aumentar a atenção e ser mais feliz, muita gente não sabe que pode começar a ser mais zen e a praticar a meditação enquanto corre.
Em meio ao estresse, será que não é preciso desconectar um pouco e tentar, de alguma forma, equilibrar os dias atribulados, estressantes e ter mais paz no dia a dia? Não é tão simples conseguir entrar em estado de meditação e “silenciar a mente”, mas existem muitas técnicas disponíveis para você começar a praticar. Mas como fazer isso correndo?
Correr é uma forma de meditar em ação – muita gente nem percebe, mas medita enquanto corre. Experimente desligar o som e ficar atento ao seu corpo e à sua respiração enquanto dá suas passadas.
Por algum tempo tudo parecerá meio caótico, mas depois de alguns minutos focado na respiração você de repente só está ali, presente e ativo. Assim é meditar.
Ficamos ligados no 220 e não percebemos como nosso organismo paga o preço dessa energia toda. Sabia que em estado de estresse o corpo altera um monte de mecanismos aí dentro? Um artigo recente publicado no The New Yorker falou sobre essa “vida elevada” e os benefícios da meditação da atenção plena, conhecida como “mindfulness”: maior consciência de diferentes sensações físicas e uma capacidade melhorada para lidar com a dor estão entre os benefícios relatados.
“A meditação nos coloca exatamente no lugar em que estamos – aqui e agora – e isso traz um grande alívio para a alma”, comentou a jornalista do artigo que experimentou a prática da meditação da plena consciência.
Monja Coen, líder do zen-budismo no Brasil, é uma adepta da corrida de rua e já falou em diversas entrevistas sobre a relação que enxerga entre a corrida e a meditação. “A atenção fica no presente, na respiração, na pisada. E ser zen é isso; é estar presente, ativo, compromissado.
Assim como o corredor que vai fazer uma maratona, a meditação exige disciplina diária, paciência, persistência. O correr zen é observar a sua respiração, os movimentos do seu corpo, o pulsar ritmado do seu coração, é sentir a brisa, observar o nascer-do-sol, o canto dos pássaros, as folhas caindo das árvores. Essa é uma forma de meditação em movimento”, disse a Monja-corredora.
Christine Christmann é especialista em neuropsicologia pelo Cepsic (Centro de Estudos Psicocirurgicos) e sócia do Espaço Sollare, no RJ. Corredora e ciclista, ela entende bem os mecanismos da mente na hora do treino e como é possível meditar em ação; a chamada meditação ativa, enquanto fazemos qualquer coisa, em qualquer lugar.
“Podemos meditar fazendo qualquer atividade do dia. A intenção da meditação é estar consciente e presente no que você está fazendo agora. No mundo de hoje, onde somos solicitados o tempo todo, o nível de informação é muito rápido e a demanda por nossa atenção é gigante, é bem difícil manter a presença no agora. Por isso muita gente está hiperativa, desatenta, ansiosa e até depressiva”, explica ela.
Uma forma simples de começar a meditação mindfulness é parar tudo e prestar atenção unicamente à respiração. Concentrando-se apenas no ato de respirar por um tempo – coisas como o som e a sensação de ar enchendo os pulmões e fluindo para fora de suas narinas fortalecem a atenção.
Quando os pensamentos surgem durante esta prática, você não está ignorando-os, mas reconhecendo-os e libertando-se deles; sempre retorne à respiração quando perder o foco e a mente voar longe.
A forma como a corrida conecta mente e corpo, juntamente com os efeitos neuroquímicos do esporte, são aliados para a meditação da atenção plena. Em seu livro, Running With the Mind of Meditation, o mestre tibetano Sakyong Mipham comenta sobre os benefícios de fortalecer a mente com a meditação enquanto pratica a corrida de rua.
“Eu sempre encontrei uma relação natural entre corrida e meditação. Correr pode ser um suporte para a meditação, e meditação pode ser um suporte para correr. As pessoas às vezes dizem: ‘correr é minha meditação’, mas na verdade corrida é corrida e meditação é meditação”, escreveu Mipham. Para ele, podem acontecer juntas ou separadas – e uma ajuda a outra a acontecer.
Estamos acelerados e vivendo vidas estressantes e cansativas – e isso nos desconecta de nós mesmos. “Parece balela dizer, mas essa desconexão consigo mesmo pode trazer problemas psicológicos, como depressão, ansiedade, síndrome do pânico e até problemas físicos.
Corpo e mente estão conectados mais do que a gente imagina e a meditação é uma maneira saudável e fácil de começar a cuidar de si mesmo, de dentro pra fora”, disse Christine. O foco deve ser no seu corpo, dentro de você e ao seu redor.
Tanto a corrida como a meditação precisam ser praticadas para que você evolua. Quanto mais você pratica, mais presente, mais perceptivo, mais atento e mais consciente você fica – nos treinos, nos dias e na vida.
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