Elas levam seus participantes ao limite. As corridas mais difíceis do mundo têm distâncias inacreditáveis, temperaturas que maltratam o corpo, altitudes que deixam o coração na boca… Os desafios são muitos e não podem ser superados por qualquer um. Quem se arrisca vence a si mesmo – mais do que os inúmeros perrengues externos.
Em provas difíceis assim, metade do trabalho é do corpo. A outra metade quem faz é a cabeça. Nas imagens e vídeos dessas corridas, a gente vê cenários tão intensamente bonitos que pode até pintar o questionamento: “Será que eu poderia?”…
Mas é bom pensar duas vezes antes de se inscrever em alguns destes eventos, mesmo que você já tenha experiência em corridas e seja apaixonado por endorfina e desafios.
São 160 km (100 milhas) correndo sozinho. Você não recebe nenhum auxílio. Nem água, nem pacer, nem marca da distância que já correu. E, se desistir, tem que descobrir como voltar para a civilização por conta própria. Nesta corrida, 35 atletas por ano tentam terminar a prova, em um percurso dentro de uma reserva florestal, em Washington, na cidade de Plain.
São cerca de 120 km de trilha e 40 km de estradas de serviço florestal, todas remotas. A corrida é íngreme e difícil, mas compensa pela paisagem. Nos primeiros oito anos, apenas quatro pessoas terminaram. Com o tempo, as estatísticas melhoraram e atualmente aproximadamente 50% dos que correm terminam.
O que é tão complicado nesta prova para ela ser uma das corridas mais difíceis do mundo? Nos 30 anos de existência do evento, menos de 20 corredores terminaram no tempo proposto (60 horas). Além disso, seu processo de entrada é complicado, a distância real de quanto você corre é imprecisa (sempre excede 160 km), o horário de largada é imprevisível e você precisa descobrir o caminho. Ou seja, além de correr, precisa entender de navegação.
A rota não marcada ganha 60 mil pés de elevação e os corredores devem encontrar seu próprio caminho através do parque de Frozen Head, no Tennessee, em livros escondidos no bosque. Livros? Sim. Para provar que você completou cada ciclo, você deve encontrar pelo caminho de 9 a 11 livros (varia) espalhados em vários pontos ao longo do curso e retornar com uma página de cada livro.
Os 40 participantes selecionados devem completar cinco voltas de aproximadamente 30 km, em menos de 60 horas, pelo Frozen Head State Park do Tennessee. Apenas 15 corredores de cerca de 1.000 já completaram a distância total desde que a corrida começou, em 1986. E toda vez que alguém o faz, o curso é ajustado. Sem auxílio, exceto água em dois pontos. Veja aqui mais detalhes.
Veja o trailer do documentário produzido sobre essa corrida:
A corrida de 160 km acontece no calor do verão da Califórnia, que ultrapassa regularmente 40ºC. A parte mais difícil acontece no horário mais quente, um trecho de aproximadamente 48 km no meio dos Canyons – um sobe e desce nas montanhas que preservam o calor, como se fossem um forno ao ar livre. Fica fácil de ver porque é uma das corridas mais difíceis do mundo.
São 160 km nesta corrida que começa em Chamonix e atravessa o Mont Blanc através da França, Itália e Suíça. A UTMB é famosa por seu cenário incrível (embora seja difícil apreciar essas vistas quando for forçado a escalar 30 mil pés sobre terreno incrivelmente técnico) E, claro, para os ultramaratonistas, por seu prestígio. A UTMB atrai anualmente cerca de 2.500 corredores, muitos dos quais são profissionais internacionais de primeira linha.
Veja o vídeo da edição 2017 da UTMB e inspire-se:
A ultramaratonista brasileira Fernanda Maciel ficou em terceiro lugar, no ano passado. Uma das corridas mais difíceis do mundo, a MDS é uma ultramaratona de sete dias, aproximadamente 240 km através do deserto do Saara. A rota muda de ano para ano. Além da distância, o calor extremo do Marrocos e o trajeto, muitas vezes em dunas de areia, aumentam a dificuldade.
E você ainda precisa levar nas costas tudo que vai consumir ao longo da semana. Comida, água, primeiros socorros e roupas extras. Os obstáculos ao longo do caminho são realmente desafiadores e testam os limites dos atletas.
Correr 215 km pelo Vale da Morte em julho, quando a temperatura máxima média é acima de 40ºC. Isso é tudo o que você precisa saber para entender que essa é uma das corridas mais difíceis do mundo. A prova começa no Vale da Morte e termina em Mount Whitney, cobrindo “três cordilheiras em um total de 14.600 pés de subida vertical acumulada e 6.100 pés de descida cumulativa”. Para se qualificar para a Badwater 135, você deve completar a corrida Badwater Salton Sea, que cobre 130 km do Mar de Salton pelo deserto até o topo da montanha Palomar.
É difícil correr cerca de 230 km. Agora imagine cruzar essa distância em florestas tropicais peruanas, em temperaturas que beiram os 40ºC, altíssima umidade relativa do ar e uma mudança de altitude de 9 mil pés, além de cerca de 70 cruzamentos de rios.
Adicione a isso o fato de que você precisa ser autossuficiente, carregar o peso da sua rede, saco de dormir, comida, água e outros suprimentos para toda a corrida. E acrescente que você está em uma floresta tropical com insetos e animais. Ao menos, os cenários são incríveis e há a oportunidade de passar por várias tribos indígenas enquanto você corre.
Veja o trailer da edição 2017 da Jungle:
Do Grand Canyon no Arizona até o cume da Grand Staircase em Utah, a Grand to Grand Ultra tem formações geológicas espetaculares. A grande dificuldade é que os corredores têm que passar ao redor e através deles para chegar à linha de chegada, distante 270 km da largada, carregando seus próprios suprimentos para a viagem. Você recebe recargas de água e uma barraca para dormir, mas, só. E são apenas sete dias para percorrer os 270 km (quase uma maratona por dia), com uma mudança de elevação de 19.000 pés. Não à toa é uma das corridas mais difíceis do mundo.
Desde a primeira edição da corrida em 2007, apenas 11 pessoas completaram a 6633 Ultra. A largada é do hotel Eagle Plains no noroeste do Canadá, para dois percursos diferentes que cruzam a linha do Círculo Ártico. O mais fácil tem 190 km. O mais difícil, 560 km. A prova também é autossuficiente e os atletas arrastam seus suprimentos em um trenó, em meio a ventos fortes e temperaturas abaixo de 0ºC.
A lenda diz que por volta de 490 A.C. houve a batalha de Maratona entre Esparta e Atenas, na Grécia. A cidade de Atenas saiu vencedora graças a um mensageiro chamado Fidípides, que cruzou a distância de aproximadamente 245 km entre as duas cidades em pouco mais de um dia para pedir ajuda a seus conterrâneos. Seria possível correr essa distância em 36 horas, como conta a história? Para responder essa dúvida nasceu a Spartanthlon, uma corrida que faz o mesmo caminho que o mensageiro percorreu no passado e leva seus participantes ao limite.
A Berghaus Dragon’s Back Race já virou uma lenda entre aqueles que adoram correr em montanhas. Você percorre os 315 km de extensão das montanhas que cercam o País de Gales, de norte a sul. Esta incrível jornada de 5 dias tem 15.500 metros de subida em terrenos selvagens, sem trilhas, remotos e montanhosos. A corrida é respeitada internacionalmente por sua organização e pelo status de “corrida de montanha mais difícil do mundo”.
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