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Conhecer o arquipélago de Fernando de Noronha sempre esteve em meus planos por conta de suas belezas naturais. Conhecer esse cenário paradisíaco por meio da corrida, contudo, era muito mais do que um desejo, era a realização de um sonho. Foi em busca de torná-lo realidade que me inscrevi, esse ano, para a segunda edição 21K Noronha.
Fui para o destino apenas com uma certeza: a de que encontraria lá as mais belas praias do mundo, assim como muitas peculiaridades que fazem desse arquipélago um lugar magnífico. A minha chegada até o paraíso foi um pouco conturbada e, por isso, precisei ficar acordado por praticamente 40 horas. Chegando lá, a última coisa que fiz foi descansar… em Noronha as horas, minutos e segundos devem ser aproveitados ao máximo. Por fim, acabei ficando quase dois dias acordado.
Apesar da loucura dos dias anteriores, acordei no dia da 21K Noronha sem nenhum nervosismo. Todo o meu pensamento estava voltado para o tempo que eu havia planejado fazer na prova. A largada foi exatamente às 7h30, no asfalto e com uma pequena subida de 800 metros, mostrando o que estaria por vir. Mantive um bom ritmo até o km 7, onde começou a primeira parte de trilhas e terrenos mais irregulares. Na estrada de terra, a sensação era de muito calor e secura, pois muita poeira era levantada com o vai e vem de corredores e a passagem de buggys, motos e carros. Isso era amenizado, porém, graças à ótima estrutura oferecida pela prova, com hidratação e reposição farta em pontos estratégicos da ilha.
Todas as dificuldades eram compensadas por cenários paradisíacos, como a Baia do Sueste, Praia do Leão e a Baia dos Porcos – com o famoso cartão-postal de Fernando de Noronha, o Morro dos Dois Irmãos –, entre outros. Foram momentos únicos e mágicos.
Na parte final da prova, comecei a sentir cansaço, pois é nesse trecho que estão as maiores subidas do percurso. Como já estava ciente do que me aguardava, a estratégia foi andar para cansar menos e “ter pernas e força” para seguir correndo os quilômetros finais até a linha de chegada.
Faltando pouco menos de um quilômetro para a linha de chegada, aproveitei a “pequena” descida e não tive dúvida: soltei o “freio de mão” e cruzei o pórtico numa emoção como em poucas provas que concluí. Uma sensação de dever cumprido por ter conseguido finalizar abaixo das duas horas planejadas (1h59min), e a conquista de superar meus limites na prova dos meus sonhos. Foi uma grande emoção.
Parafraseando Américo Vespúcio ao descobrir o arquipélago, em 10 de agosto de 1503: “O paraíso é aqui!”.
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