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Uma volta ao Cristo (em Minas) no meio de uma preparação para o Mundial de Esqui, com a missão de plantar árvores. Essa frase parece uma verdadeira maluquice sem sentido. Mas foi, justamente, o que aconteceu comigo no final do mês de janeiro.
Para quem vive no mundo da corrida, principalmente a de montanha, sabe que eu sou chegada a uma prova com subidas, umas “pirambas”, e a altimetria bem variada. O que muita gente não sabe é que, na paralela a tudo isso, eu esquio. Não o esqui alpino, aquele que sobe a montanha de lift e desce deslizando suave na neve. A modalidade que pratico é o esqui cross country. Seria uma corrida na neve, só que com o esqui no pé. A gente desce também. Mas o foco no nesse esporte é a subida. E como dói subir na neve. Esqui cross country é esporte para quem gosta de sofrer como um maratonista. Eu resolvi primeiro sofrer na neve com o esqui no pé e, só depois de alguns anos passei, a sofrer na terra e asfalto com o tênis no pé.
Dezembro e janeiro, geralmente, são meses que não faço provas de corrida, pois estou em temporada de neve no hemisfério norte. Mas, este ano, foi diferente. Classifiquei-me em dezembro em provas na Europa para o mundial de 2015 e passei o mês de janeiro me preparando para largar no mundial em casa no interior de SP, no verdadeiro micro-ondas caipira. Não é a melhor estratégia, mas é o que consigo fazer por hora.
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Esqui Cross Country é um esporte de alta demanda física. Portanto, eu corro bastante. E no meio do caminho encontrei essa prova, a Volta ao Cristo, com 16 km duríssimos, famosa e temida pela subida do morro (4 km para ser exata), em Poços de Caldas (MG). Competir é exercício físico e mental, também. Por que não fazer essa prova como preparação para o esqui? Resolvi amarrar o chip no tênis e colocar o número de peito na camiseta.
A Volta ao Cristo é uma prova muito boa. Foram 1.514 inscritos, em 2015. E o nível dos competidores é alto, além de ter vários africanos. É uma das únicas provas de janeiro em solo nacional que paga premiação, e paga bem: R$ 3 mil para os primeiros colocados — bonificando com grana até o décimo na geral tanto masculino quanto feminino –, coisa rara de se ver. A elite nacional da corrida de rua larga nessa prova. E, lá se foi, a esquiadora pangaré correr com os profissionais.
Calor de janeiro, amenizado pelo clima suave. Largada às 9h, tarde, mas era o que tínhamos. Os primeiros 4 km são tranquilos, saindo do Estádio da Caldense e cortando as avenidas de Poços. E quando se chega à subida do Cristo é que a prova realmente começa. Subida dura: a maioria dos corredores caminha. Tem muita gente assistindo a prova e torcendo. A subida é em uma estrada margeada por árvores. Muita sombra e muito sofrimento.
Lá no topo, o Cristo espera todos de braços abertos e um pracinha do exército, figura conhecida por lá, também dá seu salve aos corredores. Para terminar, uma descida alucinante em estrada de terra que leva novamente ao Estádio da Caldense com a linha de chegada.
Meu saldo na prova: 15ª colocada no geral, 3ª em minha categoria 35/39 anos, medalha de finisher e da categoria e mais 15 árvores plantadas. Árvores? Sim, árvores. Em 2015, cada vez que eu subir ao pódio, uma quantidade de árvores será plantada em uma área específica de reflorestamento. Projeto de uma empresa parceira.
Agora, sim, penso que esqui, corrida e árvores fizeram algum sentido.
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