Por diferentes razões, a corrida cresceu no Brasil nos últimos anos. Hoje, já não se traça o perfil do corredor com a mesma facilidade de 15 anos atrás. Homens, mulheres, jovens, idosos, brancos, negros, altos, baixos, magrinhos, gordinhos… Todos fazem parte e são bem-vindos a integrar o time da corrida. A edição 177 da Revista O2 apresentou diferentes histórias e mostrou como a corrida quebrou estereótipos. Já conhecemos o Rodrigo Bueno e o Seu Antônio, agora é a vez da publicitária Karina Teixeira.
O Instagram trouxe à tona a superexposição das rotinas de alguns corredores amadores. Sempre em busca de bom desempenho, esses ex-anônimos compartilham imagens, vídeos, informações e confidências sobre seus treinos e sua alimentação regrada do momento em que saem da cama — geralmente antes de o sol nascer — até o instante em que se preparam para dormir.
Invejados por alguns por seus corpos tonificados e criticados por outros por suas rotinas quase obsessivas, os influenciadores digitais definitivamente não representam a massa de atletas do Brasil e do mundo. Você, amigo leitor, talvez não resista a um chopinho e uma picanha no fim de semana, e nem por isso deixa de levar a corrida como paixão.
Na contramão do que chama de “mundo perfeito da corrida”, a publicitária Karina Teixeira, de 29 anos, decidiu expor seu dia a dia e suas imperfeições para outros atletas amadores. “Eu sou do jeito que sou. Quero ser feliz na corrida do jeito que for melhor para mim. Hoje eu posso querer correr por diversão. Amanhã posso querer correr mais rápido”, conta.
Karina, de 1,74 metro e 84 kg, narra para seus 35 mil seguidores do Instagram suas motivações esportivas, seus sucessos e frustrações. Seu plano para a Maratona de Santiago, no início de abril, era quebrar seu recorde pessoal nos 42 km (4h36min). Não deu. Por não ter feito a preparação ideal — consequência de um período de muito trabalho e poucos treinos —, concluiu a prova chilena em 5h48min. Nem por isso deixou de comemorar a participação, abrindo um sorriso e estendendo o punho cerrado para o alto.
“O gordinho sempre tem que provar o valor dele em dobro. Eu não vou deixar de colocar a minha cara e de curtir porque não estou em determinado padrão. Ouvi muitas vezes que eu deveria estar nos 21 km, nos 10 km. Isso machuca um pouco. Se estou feliz comigo, é o que importa. Deixem as pessoas fazer o que quiserem”, pede. “A conquista pessoal é algo tão seu que ninguém nunca vai entender 100% do que ela significa pra você.”
Em tempos de culto à performance, Karina Teixeira é a maratonista que pode e consegue ser, sem renunciar a outros aspectos que são importantes para ela — trabalho e vida social, por exemplo.
“O meu caso é mais próximo ao que acontece com a maioria. Se eu quisesse performance, teria que me privar de muita coisa”, diz. “No esporte e na vida, temos que aceitar mais a perspectiva do outro. A corrida vai fazer bem para cada um de um jeito. Tem muita coisa boa no pacote.”
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