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Muitos praticam o esporte há anos sem, contudo, jamais terem se aproximado de uma maca de massagem para corredores. Recorrer a um massoterapeuta não é obrigatório nem indispensável, mas representa um conforto nos dolorosos dias que sucedem uma prova mais longa.
Grosso modo, há dois tipos de massagem para corredores disponíveis: a desportiva e a relaxante. Lilian Saldanha, massoterapeuta desde 2006 e quiropraxista desde 2009, explica. “A massagem desportiva objetiva prevenir lesões. A relaxante é mais voltada para o relaxamento da musculatura e alívio de dores no pós-prova”.
Lilian recomenda que você não aguarde o dia seguinte para se submeter à massagem para corredores. Não é incomum encontrar, em provas com maior investimento, massoterapeutas contratados pelos organizadores ou patrocinadores que oferecem o serviço gratuitamente. As filas normalmente não são pequenas, mas convém ter paciência. Uma boa massagem acelera a recuperação dos tecidos musculares, atenuando a sensação de dor.
“Normalmente, após provas mais longas, é comum ficar dolorido. Com a massagem para corredores, as dores diminuem. Aí, no dia seguinte ou dois dias depois da prova ele já poderá fazer um alongamento e até um treino regenerativo. Com essas medidas, é possível que esse corredor já esteja treinando normalmente dois ou três dias depois da prova”, assinala a profissional.
Os corredores mais zelosos com seu bem-estar não raro procuram massoterapeutas antes das provas. “Os trabalhos são diferentes. A massagem para corredores pós-prova é feita com um pouco mais de cuidado, porque a musculatura já está afetada. Antes da prova, é possível trabalhar de um jeito mais forte e intenso e até visar a algum aspecto específico, um músculo no qual haja alguma dor, atuando de forma preventiva. Dessa forma, esse corredor poderá fazer a prova tranquilamente”.
A massagem para corredores pós-prova têm o condão de eliminar toxinas geradas pela fadiga acarretada pelo esforço na prova. Os resultados normalmente serão melhores se houver um cuidado mais abrangente, com compressas de gelo que contribuirão para eliminação de dores e tratamento de eventuais lesões. As compressas quentes proporcionam o relaxamento muscular. Uma boa hidratação é essencial para contribuir para uma circulação mais rápida do sangue, o que também redundará no aceleramento do processo de recuperação.
Alberto Takahashi Ino é um nikkei (descendente de japonês nascido fora do Japão) que depois se naturalizou japonês. Com experiência acumulada por dois anos de trabalho como massoterapeuta na terra do sol nascente, o profissional atua desde 1999 no meio da corrida. “Meu primeiro estágio foi com uma massagista da (assessoria de corrida) Run Fun”, diz Ino, formado pela EOMA (Escola Oriental de Massagem e Acupuntura), no bairro do Jabaquara, na capital paulista.
A base de aprendizado, na EOMA, assenta-se sobre o shiatsu e a anma, técnica indiana. “O shiatsu, como relaxante muscular, é legal. É uma massagem com um pouco mais de pressão. Para quem está acostumado com massagens, é legal. O shiatsu tem relação com os meridianos da acupuntura, é voltado para o nível energético”.
Formado também em Educação Física, Ino acompanha a evolução do conhecimento fisiológico. “Nos anos 90, ainda se acreditava que as dores musculares eram causadas apenas pelo acúmulo de ácido lático. Com o tempo, houve a descoberta que parte delas é causada por microfissuras nas fibras musculares. Essa evolução reorientou parte do nosso trabalho. Não dá para trabalhar com muita intensidade de pressão numa musculatura que acabou de sofrer essas microfissuras”, explica o oriental.
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