Eles ficam escondidos e não reclamam – ao menos não de forma verbal. Os pés de corredor ficam à mercê de toda a espécie de maus tratos: péssima higiene, corte inadequado das unhas, altíssimas temperaturas, meias de material sintético, com plástico demais e algodão de menos.
Bolhas, unhas pretas, sangue, fungos. Pés de corredor malcuidados respondem como podem aos maus tratos, e o grande derrotado é o atleta que não cuida deles. Quando não comprometem performances, as dores nos pés acrescentam, em dias de provas, uma carga dramática e de sofrimento totalmente desnecessária.
A fim de colaborar para que você, corredor, melhore seu relacionamento com seus amigos pés, falamos com Aparecida Maria Bombonato, professora do curso de Podologia Esportiva do Senac Aclimação. Com longa experiência no trato de pés de corredor, bem como de praticantes de outros esportes, por ter trabalhado ao longo de muitos anos no Club Athletico Paulistano, Bombonato é coautora de livros sobre podologia que são referência na área: Unha – técnicas e procedimentos no aparelho ungueal, Podologia – calos e calosidades e Podologia – patologias das unhas.
E o que Bombonato recomenda? Repassamos as orientações e as organizamos por tópicos. Veja a seguir!
Antes de comprar, verifique o percentual de material atribuído ao algodão. É o tecido que melhor absorve o suor. Tecidos sintéticos manterão seus pés molhados, e os fungos adoram proliferar em ambientes úmidos. Os tecidos sintéticos são triplamente indesejáveis: eles também elevam a temperatura dos seus pés, por não permitirem que “respirem”. O resultado? Mais suor, mais umidade. Odor indesejável? A terceira consequência nefasta.
Verifique também se há costuras. Peças sem costuras ou com número reduzido delas implicam menor risco de formação de bolhas.
Muitos corredores não querem nem ouvir falar na colocação de faixas em torno das meias, mas, se bem acondicionadas, são uma forma eficiente e recomendável de proteção.
A indústria calçadista fabrica uma infinidade de modelos. A tecnologia empregada em sistemas de amortecimento e propulsão é outro capítulo à parte. Mas fique atento a uma palavrinha: ventilação. Modelos com furinhos, com tecidos mais leves, são desejáveis.
Pondere até que ponto vale a pena economizar. Alguns modelos mais baratos são fabricados com material aparentemente interessante, mas muitas vezes empregam uma espécie de couro sintético. Todo material (isso vale também para meias) que consiste em entrelaçamento de fibras plásticas é termicamente desaconselhável. Opte pelos tecidos mais naturais, com orifícios e sistemas de ventilação. Temperatura mais baixa nos pés significa sensação mais agradável e menor risco de fungos.
Outra dica já bastante manjada, mas que não pode ser subestimada: não use o mesmo par de tênis em dias seguidos. Caso o seu orçamento permita, invista em outro par para fazer um revezamento. Esses grandes companheiros de seus pés precisam respirar e descansar, reduzindo assim o risco de se transformarem em verdadeiros criadouros de fungos.
Comprou um belo par de tênis, seguindo todas as nossas orientações? Ótimo. Mas não caia na besteira de “estreá-lo” numa prova longa. Trate de “amaciá-lo” em suas sessões de treino. Reserve um tempo para que se amoldem aos seus pés, deixando assim de comprimi-los em partes sensíveis.
Recomenda-se lavá-los semanalmente. Uma vez por semana está OK. A higiene é uma aliada importante em sua luta para manter pés saudáveis.
Qualquer podólogo haverá de indicar a melhor forma possível de aparar as unhas: com um profissional. Caso seu orçamento não lhe permita esse luxo, invista ao menos num bom alicate de corte de unha. Aquele utensílio chamado “trim” não é apropriado para pés de corredor.
Como cortar? Se deixar a unha muito comprida, o atrito causado, passada após passada, pode causar, no limite, horrendas bolhas de sangue. Tampouco corte demais a unha – a delicada pele dos dedos, caso esteja muito exposta durante uma longa corrida, pode também resultar em machucados.
Chegou exausto da corrida e quer ir dormir? Nada mais natural, sobretudo para quem correu uma prova longa e acordou cedinho. Talvez não seja o seu caso, mas há quem prefira se jogar na cama antes de tomar banho, ainda com as meias sujas e suadas nos pés. Há também quem queira passear, ir almoçar e voltar à tarde para casa, com os pés já curtidos naquelas meias, já então transformadas num ecossistema dos mais nojentos. O que se recomenda é chegar em casa, tomar um banho e descansar com os pés devidamente limpos. Lembre-se: má higiene significa fungos.
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