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Perna pesada? Banhos de gelo, botas e massagem podem ajudar

Atualizado em 19 de fevereiro de 2019
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Perseguir metas é um dos grandes baratos da corrida. Objetivos ousados no asfalto geralmente vêm acompanhados de muito esforço e algumas dores. Depois de provas extenuantes, pipocam queixas dos participantes sobre os incômodos musculares. Os dias seguintes a uma maratona dura podem ser um martírio em atividades comuns, como descer escadas, colocar calças ou simplesmente sair da cama. Dói tudo e bate até uma insegurança sobre a hora de voltar aos treinamentos. Quem costuma penar para se recuperar fisicamente tem bons motivos para enxergar as técnicas de recuperação muscular como aliadas.

A crioterapia, a massagem desportiva e as botas de compressão estão entre os métodos mais procurados pelos corredores que notam que as pernas estão “pesadas” após uma rodagem intensa. Oferecidos por clínicas esportivas de grandes cidades do país, os pacotes de recuperação muscular auxiliam na regeneração do corpo do atleta e na prevenção de lesões.

O Ativo visitou a unidade do Itaim da CareClub, na zona sul de São Paulo, para conferir de perto como funciona cada um dos processos – e se realmente vale a pena encarar uma banheira de gelo para voltar “inteiro” à corrida.

As técnicas de recuperação muscular

Botas de compressão

Itens indispensáveis nas pernas de grandes astros do esporte – casos de Neymar e LeBron James –, as botas de compressão estimulam o corpo progressivamente dos pés à linha da cintura. O intuito é drenar os resíduos metabólicos resultantes do esforço muscular. Quando há um esforço repetitivo, o metabolismo gera um lixo celular, que provoca os espasmos musculares tão frequentes na vida dos corredores de longas distâncias.

A intensidade da compressão varia de acordo com a preferência do usuário. O equipamento “massageia” as pernas de forma homogênea e melhora o fluxo sanguíneo. Nos Estados Unidos, as botas custam cerca de 1.600 dólares (R$ 5.1 mil).

“É um procedimento que não tem contraindicação. Aqueles atletas que percorrem distâncias maiores encontrarão mais benefícios, porque estão mais expostos aos riscos do esforço muscular. São eles que normalmente buscam mais desempenho, estão com metas mais agressivas”, explica Renan Malvestio, coordenador de fisioterapia da CareClub.

Crioterapia

A crioterapia divide opiniões na mesma proporção em que reabilita músculos. Como sugere seu próprio nome (em grego, “krýios” significa “gelo”), a técnica consiste em imergir em uma espécie de banheira com água gelada e pedras de gelo. O desconforto térmico está estampado no rosto de qualquer um que tope o sacrifício, porém o resultado imediato é mais do que satisfatório.

O gelo reduz o processo inflamatório exacerbado que ocorre após o esforço muscular. Assim, quando o músculo está em péssimas condições e dificilmente suportará um novo treinamento nos próximos dias, a crioterapia surge como opção interessante para reparar essas microlesões.

“Não dá para treinar indiscriminadamente achando que essas medidas vão resolver tudo. É preciso respeitar os períodos de repouso”, ressalta Malvestio.

Quem não quiser ficar 20 minutos com gelo até a barriga tem uma outra alternativa. O equipamento que funciona como um meio-termo entre as botas de compressão e a crioterapia tem o nome de Game Ready – ele comprime a musculatura do atleta, ao mesmo tempo que abaixa a temperatura da região.

Mãos de ferro

No segundo andar da CareClub do Itaim, os clientes encontram salas com maca, iluminação baixa e clima zen. É lá que Bianca Professiori, jovem cujos horários na clínica são concorridos, faz massagens desportivas. Não se engane pelo clima tranquilo do ambiente e pela fala mansa de Bianca. Aquele não é um espaço de relaxamento e as mãos da fisioterapeuta são firmes – mas isso é ótimo para o seu desempenho na corrida, acredite.

“A massagem desportiva é bem diferente da massagem relaxante. São técnicas opostas. A massagem desportiva é vigorosa. Pode ser desconfortável até. Ao terminar a sessão, o paciente nem sempre se sente aliviado. Às vezes, saem com um pouco de dor, principalmente aqueles que ainda não estão acostumados. O alívio vem de 24 a 48 horas depois da sessão”, diz. “Trabalhamos na liberação dos pontos de tensão, e isso é dolorido. É uma técnica que exige movimentos mais fortes.”

Bianca calcula que mais de 60% de sua clientela seja formada por corredores, sobretudo maratonistas, que geralmente a procuram no início de seus ciclos de treinamentos. Para uma parcela deles, as massagens são tão essenciais quanto cada treino da planilha. As mãos da fisioterapeuta ajudam a soltar a musculatura e atuam com firmeza contra a retenção de líquido, problema recorrente entre as mulheres.

Quanto vale?

A CareClub oferece duas opções de pacote de recuperação muscular a seus clientes: o fast recovery e o full recovery, que vão de 30 a 60 minutos. Os preços giram entre R$ 60 e R$ 200, com descontos progressivos para quem agenda mais sessões.