Ricardo SoaresFoto: Ricardo Soares

Simone Alves: de volta ao esporte após cinco anos

Atualizado em 10 de fevereiro de 2017
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Simone Alves passou os último cinco anos impedida de fazer o que mais gosta: correr. A recordista sul-americana dos 5.000m cumpriu uma pesada suspensão por doping – ela jura ser inocente – e foi liberada em outubro para voltar às competições. Perdeu a chance de disputar os Jogos Olímpicos do Rio e mudou o foco da carreira. Ela abandonou as provas de velocidade de fundo e agora quer se tornar maratonista.

A atleta baiana testou positivo para a substância EPO no Troféu Brasil de 2011, em que tinha quebrado o recorde sul-americano dos 10.000m, que persistia desde 1993. Ela foi absolvida nos julgamentos realizados pela Confederação Brasileira de Atletismo, por falhas no processo de coleta da amostra, mas a própria entidade levou o caso à Associação Internacional de Federações de Atletismo. Simone foi julgada pela Corte Arbitral do Esporte e condenada a ficar cinco anos longe das pistas.

A baiana, que sempre alegou ser inocente, aproveitou o período para virar mãe e começar a estudar Educação Física – já fez dois anos. Também abriu uma assessoria esportiva ao lado do marido e a cunhada – como ainda não concluiu a faculdade, dedica mais tempo à parte administrativa do que ao acompanhamento dos alunos.

“A gente foi batalhando nesse período. Agora sou mãe, estudante e tenho a assessoria para trabalhar a cabeça porque a gente tem que fazer alguma coisa. Não pode ficar parada”, afirma a baiana, ainda recordista dos 5.000m com o tempo de 15min18s85. Sua marca dos 10.000m do Troféu Brasil foi anulada.

 

 

Simone Alves tem permissão para correr profissionalmente desde outubro, mas ainda não fez seu retorno às provas. Quando fizer, provavelmente no segundo semestre de 2017, será no asfalto, em vez da pista, em que fez fama. Por causa da idade – completou 32 anos em setembro – resolveu apostar na meia maratona e na maratona para a retomada da carreira.

Por causa de uma cirurgia no joelho, a preparação para as novas distâncias começaram somente com o novo ano. E isso impede, por enquanto, Simone de traçar uma prova-alvo para seu retorno às competições, já que ela não sabe como reagirá aos treinamentos mais longos. “É um trabalho de formiguinha, a longo prazo”, diz a atleta, fotografada para a edição Corpo da revista O2 no interior de São Paulo.

Certo é que voltará a conviver em um ambiente do qual se manteve completamente afastada. Nos cinco anos em que ficou suspensa, pouco conversou com outros atletas e treinadores, que antes faziam parte de seu cotidiano. “Será como começar do zero. Não penso nas pessoas porque elas só te reconhecem quando você está no auge. Quando você está embaixo, ninguém te estende a mão”, afirma.

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