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MuscleSound: um ultrassom que mede o desgaste muscular

Atualizado em 01 de agosto de 2017
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Durante muito tempo, medir o desgaste muscular causado por exercícios físicos exigia a remoção de cerca de uma polegada quadrada de músculo para analisar em um laboratório especializado. O procedimento, chamado de biópsia muscular, é invasivo, caro e totalmente impraticável para uso regular de atletas de qualquer nível de condicionamento.

Mas Iñigo San Millán, um dos principais experts em metabolismo de carboidratos da Universidade de Denver, descobriu uma forma de, sem biópsia, olhar o desgaste muscular e descobrir quanto de carboidratos consumir (e quando).

Parece ficção científica, mas não é. O aparelho, chamado de MuscleSound, pode otimizar sua dieta e seu plano de treinamento – e revolucionar a recuperação dos atletas de elite e daqueles que buscam o rendimento máximo nos esportes.

Como funciona o MuscleSounds

Os músculos são relativamente simples: eles contêm tecido conjuntivo, fáscia e fibras musculares, que geram feixes únicos de som e imagens ultrassônicas. 

Quando você envia um feixe de som para o corpo, ele regressa de forma diferente, dependendo da estrutura que atinge. Mas quando um feixe de som faz contato com a água, ele desaparece e nunca volta para trás; e um grama de glicogênio contém três gramas de água.

Foi nisso que a dupla apostou ser o caminho para calcular o desgaste muscular depois do exercício. O índice MuscleSound está intimamente ligado aos carboidratos, que o corpo converte para o glicogênio muscular.

“Quando um músculo estava cheio de glicogênio, o ultrassom produziu imagens do tecido conjuntivo e da fáscia, mas você dificilmente poderia ver as fibras musculares, que estavam ‘escondidas’ pela água do músculo”, disse San Millán, em entrevista para a Outside Online.

Mas depois de usarem o MuscleSounds em atletas que tinham esgotado seus estoques de glicogênio muscular com um longo e difícil treino, a água desapareceu, expondo as fibras musculares. Ou seja, quanto mais fibras musculares visíveis no ultrassom, menor glicogênio no músculo.

“É assim que quantificamos e desenvolvemos um software que mostra o índice de glicogênio com base na leitura de ultrassom. É como o indicador de combustível do seu carro”, disse o pesquisador. 

O estudo

Para comprovar, em 2014, a dupla mediu os conteúdos de glicogênio muscular dos atletas antes e após o exercício usando biópsia muscular e sua tecnologia. Os resultados, publicados na Physician and Sports Medicine (2014), mostraram uma correlação quase perfeita. Eles então convidaram uma equipe de cientistas de outro lugar, do Laboratório de Desempenho Humano da Appalachian State University para replicar seu estudo; e a outra equipe também viu que era possível calcular o desgaste muscular do mesmo jeito que a biópsia muscular. Em 2015, nasceu o MuscleSound.

Como funciona?

Em uma tela aparecem as imagens como se fosse uma ultrassonografia e um escore de 0 a 100 que corresponde ao nível de glicogênio dos atletas, a fonte principal de combustível para energia muscular. O MuscleSounds vê o tamanho do desgaste muscular e estima a quantidade de carboidratos que o atleta precisa consumir para repor o que foi perdido e reparar o que ficou “lesionado”.

A idéia por trás desse novo dispositivo é que, ao monitorar o glicogênio ao longo de uma semana de treinamento típica, um atleta encontre o equilíbrio entre a ingestão de carboidratos e a carga de treinamento.

Como comprar?
A tecnologia é atualmente compatível com dispositivos Android e pode ser comprada por US$ 5.000 ou alugada por US$ 200 por mês, embora o inventor do MuscleSounds acredite que o preço caiará ao longo do tempo. O kit é facilmente transportado, portanto pode ser usado praticamente em qualquer lugar.

Descubra mais: https://www.musclesound.com