Quem acompanha a cobertura jornalística de provas importantes, como a São Silvestre, está cansado de ler: não são poucos os corredores de elite que fazem sua preparação na altitude de Campos do Jordão (situada numa elevação a 1.628m, oficialmente, do nível do mar). Já há alguns anos, os brasileiros ligados a equipes mais endinheiradas ou com bons patrocínios encaram os percursos andinos da Cordilheira Oriental da Colômbia, em Paipa, que tem altitude média de 2.525m. O México construiu seu Centro de Treinamento Nacional, para várias modalidades, em San Luis Potosi, que tem como ponto culminante um pico a 3.180m de altitude. Foi lá que vários atletas brasileiros se prepararam para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara.
Mas e o atleta amador? Colherá algum benefício caso realize ao menos os últimos dias de sua preparação num lugar como Campos do Jordão, encravada no maciço da Serra da Mantiqueira, ou Monte Verde, em Minas Gerais, a respeitáveis 1.554m? A resposta, para o técnico-chefe da delegação de atletismo do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio, Ricardo D’Angelo, é sim.
“Existem evidências científicas relatadas de que treinar a altitudes a partir de 1.200m, 1.300m, é suficiente para conferir ganho de performance, seja para corredores amadores ou de elite”.
Doutor em Ciência do Desporto pela Unicamp, mestre em Ciências da Motricidade pela Unesp, com especialização em atletismo pela USP e treinador de nível 4 da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo), D’Angelo explica em linguagem facilmente assimilável pelo leigo como se dá o processo orgânico que incrementa performance de atletas que treinam em elevadas altitudes.
“O ar é mais rarefeito em altitudes elevadas. Para fazer face a essa condição, o organismo do corredor que treina em altitude produz mais hemáceas (glóbulos vermelhos), que são encarregadas de transportar as moléculas de oxigênio pelo corpo. Ao finalizar a preparação em altitude e correr em localidades mais baixas, o atleta terá um sistema mais eficiente para responder às exigências da prova, melhorando seu desempenho”.
Tecidas essas considerações, o corredor amador que quiser melhorar seus tempos deve consultar seu orçamento e verificar se o esforço financeiro de passar alguns dias treinando fora de casa de fato vale a pena.
Sugestões de localidades brasileiras situadas a mais de 1.200m de altitude em relação ao nível do mar:
São Paulo
Campos do Jordão – 1.620m
Minas Gerais
Monte Verde – 1.554m
Senador Amaral – 1.505m
Bom Repouso – 1.360m
Gonçalves – 1.350m
Campestre – 1.300m
São Thomé das Letras – 1.291m
Marmelópolis – 1.277m
Santana do Garambéu – 1.270m
Campos Gerais – 1.266m
Maria da Fé- 1.258m
Bom Jardim de Minas e Nova Resende – 1.250m
Munhoz – 1.235m
Datas – 1.231m
Bocaina de Minas – 1.210m
Bueno Brandão – 1.204m
Delfim Moreira – 1.200m
Serra do Salitre – 1.220m
Rio de Janeiro
Visconde de Mauá – 1.200m
Santa Catarina
São Joaquim – 1.360 m
Urupema – 1.335m
Bom Jardim da Serra – 1.245m
Matos Costa – 1220m
Calmon – 1200m
Paraná
Inácio Martins – 1.209m
Rio Grande do Sul
São José dos Ausentes – 1.200m
Goiás
Alto Paraíso de Goiás – 1.272m
Bahia
Piatã – 1.268m
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