Asma, bronquite, rinite… Se você é alérgico, provavelmente, não acha a corrida ao ar livre tão prazerosa nas épocas mais frias ou secas do ano.
Isso acontece porque o seu organismo reage de forma exagerada a diversos estímulos, como partículas alergênicas, irritantes, poluentes, mudanças de temperatura ambiente, entre outros, aumentando a produção de secreção, o que prejudica a passagem de ar tanto pelo pulmão quanto pelas vias aéreas.
Frequentemente interpretada de forma equivocada, a falta de ar na corrida pode não ser um sintoma de início de broncoespasmo, mas sim reflexo de um condicionamento físico ruim.
Na falta de ar causada por asma, habitualmente, aparecem os sintomas associados à tosse seca, ao chiado e a dor no peito, o que normalmente não ocorre na falta de ar por condicionamento físico insuficiente.
Mas, mesmo assim, a corrida é indicada para quem tem o problema. Isso porque, entre os benefícios que o esporte pode trazer para o corredor com alergias, está o fortalecimento da musculatura respiratória, a melhor capacidade aeróbia e também os broncoespasmos menores que o normal, trazendo bem-estar.
Mas lembre-se que fatores como frio excessivo e falta de aquecimento antes da corrida podem interferir no desencadeamento dos sintomas.
Esses benefícios são comprovados cientificamente. Para que tenha ideia, uma pesquisa realizada pelo setor de Fisioterapia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) concluiu que, aliada à medicação correta, a prática esportiva diminui em até 60% os sintomas das crises de asma, por exemplo. Além disso, os pacientes têm melhoras na qualidade de vida e nas questões emocionais, como ansiedade e depressão.
Confira 7 dicas para correr quando você é alérgico:
Agora que você já viu que é possível correr ao ar livre mesmo se você sofre com alguma dessas doenças, siga as dicas a seguir para manter suas corridas livre dos sintomas das alergias.
Se você tem asma, use a bombinha cerca de 30 minutos antes de começar a correr e certifique-se de aquecer o corpo lentamente. Esses remédios melhoram a capacidade respiratória e evitam sustos no treino.
Evite suar a camisa em dias muito secos e em locais poluídos, principalmente em parques que ficam próximos de ruas e avenidas movimentadas. Procure correr fora dos horários de pico do trânsito por causa do aumento de poluentes no ar.
Também vale ficar atento aos dias mais frios ou secos e às mudanças bruscas de temperatura. Nesses casos corra em lugares fechados, usando a esteira como parte da sua estratégia de treinos.
Os piores sintomas da alergia, geralmente, demoram 1h para aparecer depois que você se exercita. Por isso, para reduzir o risco de sintomas após a corrida, certifique-se de tomar um banho e vestir roupas limpas assim que você acabar o treino. Isso evita que os sintomas apareçam.
Quando você está cansado o seu sistema imunológico tende a reagir mais rapidamente e severamente a um fator alergênico. Portanto, tente evitar exercícios ao ar livre se você está nessas condições.
Em dias frios ou secos você pode considerar o uso de uma máscara ou bandana para cobrir a boca e o nariz. Isso vai diminuir a quantidade de poluição que entra em seus pulmões e pode afastar os sintomas indesejados.
Quem tem rinite sabe como os olhos coçam quando a alergia ataca. Se você sofre com a coceira e os seus olhos ficam lacrimejando durante a corrida, use óculos escuros enquanto treina. Você também pode tentar usar colírios cerca de 30 minutos antes de se dedicar às passadas.
(Fontes: Ana Paula Beltran Moschione Castro, diretora da ASBAI e integrante do grupo científico de Anafilaxia da ASBAI, e Ricardo Arap, diretor técnico da Race)
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