Quem corre sabe a importância de manter a saúde dos pés em dia. Qualquer dorzinha ou incômodo pode significar o abandono de um treino ou uma prova importante. Manter os pés saudáveis garante uma corrida mais proveitosa e sem dores. Mas os cuidados devem começar antes mesmo de calçar os tênis.

Para que você evite problemas é preciso estar atento aos calçados que usa no dia a dia, além de prestar atenção naqueles que escolhe para treinar. Evite qualquer sapato ou tênis que cause desconforto. Na hora da prova, nada de estrear novos pisantes. Você não está acostumado com o calçado e ele pode causar desconforto.

Outro ponto importante é a escolha das meias. Existem diversas opções no mercado, porém as mais indicadas são as próprias para prática esportiva. Isso, porque as comuns podem propiciar o aparecimento de bolhas pelo atrito com o tênis.

Cuidado com os machucados

Além desses cuidados iniciais, também é importante que você conheça as lesões mais comuns entre os corredores e saiba como evitá-las.

1. Pé de atleta

A infecção por fungos se desenvolve em lugares que ficam úmidos por causa do suor, como, por exemplo, entre os dedos. Você pode pegar a infecção ao tocar a área afetada em outra pessoa, porém o mais frequentemente é entrar em contato com o vírus em superfícies contaminadas, como no piso de vestiários. Por isso, não abra mão de seus chinelos.

2. Bolhas

Apesar de não ser uma lesão grave, as bolhas podem ser muito dolorosas, além de tirá-lo da corrida. Elas são formadas por uma camada de células mortas que protegem a região entre a epiderme e a derme. Para evitá-la, escolha as meias certas e não exagere nos treinos.

3. Unhas pretas

As unhas precisam estar bem cortadas para que não machuquem os seus pés. Faça o corte com um ângulo de 90°, sem curvas nas laterais. Isso evita que elas encravem com a pressão dos dedos contra o tênis.
Mas, quando você treina para corridas mais longas precisa tomar cuidado com as unhas pretas, conhecidas como hematoma subungueal. Elas surgem por causa da pressão dos dedos contra a parte dianteira do tênis de corrida, o que ocorre quando eles estão muito apertados. Essa fricção faz com que os vasos sanguíneos da região se rompam, formando a tal unha preta. Para evitar o problema, use tênis que não apertem a parte da frente dos seus pés.

4. Joanete

A deformidade, além de ser um problema estético, causa dores e limitações aos corredores. Isso porque o joanete sobrecarrega tendões e ligamentos, resultando em processos inflamatórios e dor. Para evitar a lesão, use tênis que não apertem os pés. Mas caso já esteja com o problema, procure um médico.

5. Calos

Calos também são problemas constantes nos pés dos corredores. O seu aparecimento indica que há pontos de pressão entre o pé e o calçado usado. Por isso, identifique os tênis responsáveis pelo surgimento do incomodo e evite-os. Para tratar é preciso consultar um dermatologista.

6. Dormência

Dormência ou sensação de formigamento (sem relação com o tempo frio) nos dedos dos pés ou no pé inteiro são queixas comuns de quem corre. Muitas vezes, a causa é o uso de tênis com a amarração muito apertada. Como os seus pés incham durante a corrida, você sempre deve optar por calçados um pouco mais folgados para evitar o incômodo.

7. Fascite Plantar

Esse é um dos problemas mais comuns dos corredores. A fascite plantar é uma dor no calcanhar causada pela inflamação da fáscia plantar, estrutura de proteção dos músculos, com poder de absorver os impactos e proteger os ossos dos pés. Ao caminhar ou correr, a planta do pé distribui o peso do corpo e absorve os impactos em vários pontos da fáscia, um deles no osso do calcanhar (calcâneo). As forças de tração ao longo desse apoio podem desencadear um processo inflamatório, fibrose ou degeneração dessas fibras faciais a partir do osso, daí a fascite.
Seus sintomas são dor no primeiro passo ao levantar ou depois de relaxar os músculos, dor na palpação debaixo dos pés e ao andar, e sola do pé mais rígida, retraída e sensível. Para tratar é preciso procurar um médico. Mas você pode evitar o problema fazendo aquecimento específico para quadril, pernas e área dos pés, evitando tênis desgastados ou inadequados ao seu tipo de pisada e apostando em exercícios de musculação para o equilíbrio das pernas (propriocepção).

(Fonte: Marcia Monteiro, dermatologista de São Paulo)