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Tá lá no dicionário de bordões dos corredores: “termo utilizado quando um atleta perde as forças e não consegue completar uma prova ou treino, ou precisa diminuir o ritmo para conseguir chegar até o final”. A “quebra”, famosa e temida, acontece mais ou menos assim: você se sente bem no início da corrida e acha que pode imprimir um ritmo mais forte. Mas, no final, a energia gasta em excesso irá certamente fazer falta. O glicogênio muscular será consumido mais rapidamente, esgotando os estoques de energia do corpo. Para provas longas, como a maratona, o risco de passar de determinado ritmo de equilíbrio (limiar anaeróbio) e produzir mais resíduos metabólicos do que o organismo consegue remover é um dos maiores vilões das “quebras”. Os pulmões tentam eliminar a maior quantidade possível de CO2 para atuar contra a maior produção de ácido lático. Mas o corpo não consegue aumentar a frequência respiratória e… quebra!
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1 – No primeiro limiar anaeróbio, o organismo aumenta a produção de ácido lático, mas o corpo consegue absorvê-lo por meio da circulação sanguínea, que o remove do músculo e o leva para o fígado, onde é metabolizado. Assim, ele deixa de ser ácido lático.
2 – Se o exercício continua, o corpo vai para o segundo limiar anaeróbio, ou ponto de descompensação. Nesse momento, não consegue absorver mais o ácido lático, que aumenta na corrente sanguínea. Logo, o organismo começa um processo de acidificação, aumentando a frequência respiratória e fazendo com que os pulmões eliminem a maior quantidade possível de CO2, para diminuir a acidez do organismo.
3 – Chega um ponto em que o corredor não consegue aumentar a frequência respiratória e o organismo volta à acidificação – o ácido lático vai se acumulando na musculatura. Aí ocorre a quebra. O corpo já esgotou as reservas de carboidrato e não consegue aumentar a frequência respiratória para compensar o acúmulo do ácido lático novamente.
Manutenção Preventiva
Logicamente, qualquer corredor quer passar longe dessa situação. As saídas para evitar a quebra são:
– Treinos em limiares mais altos, para adaptar e estimular o organismo a eliminar o ácido lático de forma acelerada. Você o metaboliza mais rápido quando está mais bem treinado em termos de volume e velocidade.
– Adaptar-se ao ambiente. Os climas quentes e úmidos desidratam o organismo. Com isso, a circulação sanguínea fica mais lenta e atrasa a absorção do ácido lático.
– Ficar atento à alimentação e hidratação. O corredor usa, basicamente, carboidrato para a corrida. Estocá-lo uma semana antes (e na noite de véspera da prova) pode garantir as reservas necessárias.
Fontes Dr. Jomar Souza – médico especialista em medicina do esporte e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE) e dra. Isa Bragança, cardiologista especializada em medicina do esporte e diretora da CardioMex – Clínica Médica Desportiva.
Reportagem publicada na edição 131, de março 2014, da Revista O2.
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