As dores no joelho são as vilãs da rotina de treinamento de muitos corredores, das mais diferentes faixas etárias e níveis de preparo físico. Quando são causadas por lesões cartilaginosas e articulares, a infiltração de ácido hialurônico pode ser uma alternativa de tratamento pouco invasiva e que permite uma recuperação rápida, assim como o retorno aos treinos.
A articulação do joelho apresenta um líquido no seu interior – líquido sinovial – que tem a função principal de nutrir as células da cartilagem. Com o passar dos anos, a produção de líquido sinovial diminui e com isso, consequentemente, é desenvolvido uma artrose precoce. A infiltração de ácido hialurônico ou viscosuplementação, como também é conhecida, na articulação tem a função de lubrificar a cartilagem do joelho desgastada.
O tratamento pode ser aplicado em muitos casos que há anos atrás exigiam cirurgias. “A infiltração de ácido hialurônico veio para prevenir e para ajudar, além de ser um tratamento mais conservador, sem precisar de cirurgia e que muitas vezes até evita que o paciente precise de um procedimento cirúrgico”, afirma Alexandre Stivanin, ortopedista e especialista em joelho, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e do Hospital Samaritano.
A indicação da infiltração com ácido hialurônico é feita de acordo com o grau da lesão de cada paciente. No entanto, o tratamento é indicado geralmente para quem apresenta desgaste ou degeneração da cartilagem, lesões por sobrecarga, impacto ou instabilidade.
No caso de atletas – que sofrem mais com essas lesões e inflamações por conta do excesso de uso e desgaste precoce do joelho – o uso da infiltração tem como um dos principais benefícios a rápida reabilitação e retorno ao esporte. Em casos cirúrgicos, o tempo de recuperação pode ser superior a seis meses.
O rápido tempo de recuperação é um dos principais benefícios da injeção com ácido hialurônico. Ele depende da concentração da substância, mas há casos em que é possível retomar as atividades cotidianas poucas horas após o procedimento.
“O repouso e o retorno dependem do tipo do ácido que é usado. Tem os mais concentrados e menos concentrados, de baixo ou alto peso molecular. Mas, geralmente, com os de baixo peso molecular o paciente pode ter uma vida normal, às vezes não fica um ou dois dias parado. Às vezes, só não pratica atividade no dia seguinte e às vezes volta para o trabalho no mesmo dia,” conta o Dr. Alexandre Stivanin.
Em casos de atletas, o retorno aos treinos é um pouco mais demorado, já que o joelho receberá uma carga maior de estresse e impacto. Depois de tratada a inflamação, os pacientes são encaminhados para sessões de fisioterapia e fortalecimento muscular, que ajudam a proteger a região para evitar futuras lesões. O retorno aos treinos é indicado quando o corredor não tiver mais dores na região.
Segundo o o ortopedista, há poucas contraindicações ao tratamento. “O ácido é aplicado dentro da articulação e não na corrente sanguínea, o que impede que haja muitas contraindicações”, explica o Dr. Stivanin.
Um dos raros casos é a alergia ao produto – existem dois tipos de ácido hialurônico, de origem aviária e de laboratório. Quando há pus ou muito líquido dentro da articulação, é necessários extraí-los para depois fazer o uso do ácido.
Outro benefício apregoado pelos médicos para o tratamento com ácido hialurônico é a baixa probabilidade de efeitos colaterais. A maioria dos relatos de desconfortos após o procedimento são de pacientes com grande sensibilidade à dor ou com quadros graves de inflamação nas articulações.
Fonte:
Dr. Alexandre Stivanin, ortopedista membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e do Hospital Samaritano. Especialista em Cirurgia do Joelho pela Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ), e membro do ISAKOS (International Society of Arthroscopy, Knee Surgery and Orthopedic Sports Medicine).
Dr. Antônio Polaco, médico ortopedista da clínica Clinot Bonsucesso e Le Monde Barra.
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