Para correr melhor e fugir de lesões, o corredor precisa estar atento a itens importantes, como musculação, alimentação balanceada, um bom tênis, roupas adequadas e, claro, descanso. Mas, além disso, “estar atento à forma como o corpo se movimenta e o equilíbrio também é importante e podem ajudar ou atrapalhar a performance”, completa Sérgio Maurício, maratonista, ortopedista e membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte e Exercício.
A boa notícia é que é possível aprender a correr melhor para melhorar o equilíbrio muscular. Esse movimento correto faz você economizar energia, otimiza as passadas, melhorar a performance e também previne lesões. Confira abaixo as dicas do Dr. Corrida:
Equilíbrio para correr melhor
Na hora de prevenir lesões, o equilíbrio muscular desempenha papel muito importante. Durante uma corrida, nosso corpo todo precisa estar alinhado: glúteos, quadríceps, posterior de coxa e panturrilha trabalham duro para que o corpo consiga correr. E, nos membros superiores, bíceps e deltóides também são tão importantes quanto o das pernas -, além do core, que é muito utilizado para manter o esqueleto e os músculos em equilíbrio.
“Todo esporte tem um gestual específico em que os movimentos ficam melhor adaptados, sobrecarregando menos as fibras musculares e articulações. Costumo usar dois exemplos muito comuns: a natação e o tênis. Em ambos, se o praticante optar por pular os exercícios educativos, dificilmente terá um bom desempenho e as chances de lesão aumentam bastante. Na corrida, esse impacto não é tão gritante, mas certamente influencia”, explica o Dr. Sérgio.
Para aqueles que estão iniciando no mundo das corridas, a melhor orientação é procurar um educador físico para realizar exercícios educativos logo no princípio da atividade, evitando vícios que prejudicam a corrida. “Para aqueles que já correm há muitos anos, se não há história de lesão o melhor é não mexer, pois a pessoa já está adaptada àquele movimento. Caso esteja com alguma lesão, e essa tenha relação com a postura e o movimento muscular, ela deve ser corrigida”, continua ele.
Quais exercícios mais indicados para correr melhor?
Um exemplo de exercício para melhorar o movimento é ficar no mesmo lugar, simulando o movimento da corrida, tocando os calcanhares na região glútea. Outro é “correr” levantando os joelhos, tocando com as mãos. Esses simples exercícios aumentam a flexibilidade e melhoram seu movimento durante a corrida, otimizando a potência e a distância de suas passadas. Já os exercícios de fortalecimento contribuem com a resistência à fadiga e força. E sempre devem ser prescritos por educador físico.
Para isso, em fases pré-competição, muitos atletas praticam a corrida aliada a exercícios chamados de excêntricos, que visam reequilibrar grupos musculares. Exercícios excêntricos são aqueles em que o músculo faz força (contração) ao mesmo tempo em que está se alongando, diferente da contração tipo concêntrica que estamos acostumados a realizar na sala de musculação. Os exercícios excêntricos são muito úteis em termos de treino, pois melhoram a mobilidade, trabalham a força e também são ótimos na prevenção de lesões ao nível dos tendões.
Alongamento e força
Músculo muito forte e pouco alongado tem pouco espaço para contrair. Músculos alongados demais e pouco fortalecidos não têm energia suficiente para contrair. Se o exercício for por tempo prolongado, como uma maratona, por exemplo, a tendência é gastar mais energia para contrair, aumentando as chances de uma fadiga precoce, além de aumentar o risco de lesão. “Se um músculo está encurtado, provavelmente irá afetar a elasticidade daquele ao qual se conecta, o que poderá mudar, mesmo que milimetricamente, a posição de uma articulação. E essa pequena variação será suficiente para modificar toda a biomecânica articular e interferir no desempenho do atleta”, continua o Dr. Corrida.
Para isso, o ideal é variar o estímulo e intercalar a corrida com outros esportes, como a natação, a bike, a musculação ou a yoga, exercícios que possibilitem equilibrar força e alongamento. Músculos fortes e bem trabalhados protegem as articulações de lesões; melhoram a flexibilidade, aumentam a amplitude de movimento e assim, o ritmo das passadas é otimizado.
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