Como o exercício ajuda a prevenir complicações de coronavírus

Atualizado em 05 de maio de 2020
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A prática de atividade física é uma aliada importante na prevenção de doenças, principalmente com o avanço do novo coronavírus. A obesidade, classificada como fator de risco do covid-19, além de predispor o corpo a desenvolver comorbidades como hipertensão e diabetes, pode agravar o quadro de infectados com o vírus.

O exercício físico ajuda a prevenir e combater a obesidade, tornando-se ainda mais importante para diminuir a chance de complicações para este grupo de risco. Ele é responsável por manter o sistema imunológico fortalecido, fazendo com que sejam produzidas respostas rápidas e eficazes a organismos invasores.

“O novo coronavírus traz preocupações ainda maiores por associar maior incidência e fatores de risco para quem tem doenças como obesidade, hipertensão arterial e diabetes. Acredita-se que essas doenças apresentam algumas substâncias inflamatórias que, quando presentes, podem facilitar a entrada do vírus na célula, além de serem porta de entrada para complicações ainda maiores”, explica o médico do esporte Páblius Staduto.

Diante do crescente número de casos de óbitos de covid-19 no Brasil que apresentavam obesidades e outras comorbidades como doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes, cresce também a preocupação com este grupo de risco.

“Os dados atuais são alarmantes sobre o aumento de jovens em condições de obesidade. Não são apenas os idosos que se enquadram como vulneráveis ao covid-19, mas os jovens e pessoas com outras idades que se enquadram no perfil com sistema metabólico desequilibrado e podem sofrer consequências trágicas”, alerta o mestre em ciências da atividade física, Carlos Eduardo.

Além disso, dois novos estudos, um realizado nos Estados Unidos e outro na França, revelaram que a obesidade é a condição crônica que mais leva pessoas a serem hospitalizadas pelo novo coronavírus.

“Nos grupos de risco, são preocupantes fatores como a dificuldade respiratória em obesos, pois a tendência é que eles fiquem mais cansados e ofegantes com determinados esforços, além da diminuição de mobilidade articular e muscular. Quanto ao diabéticos, é fato e evidente que há maior possibilidade de ocasionar outras infecções, provocando alto risco a eles. Infectados que tenham doenças cardiovasculares têm dificuldades com a circulação e uma limitação do trabalho cardíaco”, explica o médico do esporte.

De acordo com doutor Páblius, a atividade física, acompanhado de uma boa dieta alimentar, é fator fundamental para o gerenciamento de obesidade e outras comorbidades. Movimentar-se acima do nível habitual, mantendo o controle, pode auxiliar na queima de calorias, diminuição da gordura corporal, melhora da circulação do corpo, além da melhora do desempenho de coração, pulmões e metabolismo de gorduras.

O profissional de educação física Caio Machado explica sobre a importância da atividade física. “O exercício de forma direta ou indireta protegeu e protege muitas pessoas, pois o corpo está mais preparado para lutar contra esse agente inflamatório”, conta. “É uma tarefa muito difícil para nós profissionais mantermos as pessoas engajadas e ativas, mas todos precisam manter a atividade física, pois estando em casa, há maior probabilidade de ocasionar o ganho de peso, além de desenvolver outras comorbidades”, completa o professor.

Além disso, a nutróloga especialista em medicina esportiva Andrea Bottoni menciona outros benefícios fundamentais do exercício físico.

  • Fortalece a massa magra
  • Fortalece a massa metabolicamente ativa
  • Fortalece o músculo
  • Promove bem estar
  • Habilita o organismo a funcionar melhor

“Recomenda-se, principalmente agora, a prática de exercício físico e uma alimentação saudável para combater o covid-19 e prevenir as doenças como obesidade, hipertensão, diabetes e cardiopatias.”

Apesar de importante, é necessário cuidado e moderação com exercícios intensos, pois eles podem ser um risco principalmente neste momento. “Quando você faz exercícios muito intensos, mesmo tendo um preparo físico melhor, antes de levar benefício pra imunidade, há uma queda da capacidade imune, por isso a necessidade de um acompanhamento profissional”, explica o profissional de educação física, Caio Machado.

Fontes: 

Doutor Páblius Staduto Braga, Médico do Esporte do Centro de Medicina Especializada do Hospital Nove de Julho.

Caio Machado de Oliveira Terra, educador físico, mestre em ciências da saúde, atua na área de pesquisas sobre obesidade e os impactos metabólicos, cardíacos e comportamentais do exercício físico, membro e porta-voz do Core 360 Pro. 

 Andrea Bottoni, nutróloga especialista em medicina esportiva do Hospital Igesp.

Carlos Eduardo Lima Monteiro, Doutorando em Biociências, Mestre em Ciências da Atividade Física, pós-graduando em Transtorno do Espectro Autismo, pós-graduado em Treinamento Desportivo.