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Por Fausto Fagioli Fonseca
É possível aumentar seu Quociente de Inteligência de Corredor. Isso significa que com algumas técnicas você pode se tornar um corredor mais rápido e eficiente, com boa percepção sobre como o próprio corpo funciona na hora do exercício. Conheça nove recomendações para deixar sua corrida mais esperta…
1 – Exercícios educativos
Taí uma excelente alternativa para você dar aquela incrementada no seu Q.I.C., ensinando seu corpo a correr melhor e a “economizar” energia. “Esse exercícios são extremamente úteis, pois tornam a mecânica do movimento na hora do exercício mais apurada, revertendo maior percentual da energia para locomoção”, garante o treinador Enzo Amato, da assessoria esportiva que leva seu nome. Se você não sabe do que se trata, uma boa referência são os exercícios de aquecimento que os jogadores de futebol fazem nos treinos e até antes de entrar num jogo, como driblar cones sem a bola, correr elevando os joelhos, agachamento seguido de um sprint etc. Para acrescentar essa técnica aos seus treinos, converse com seu treinador.
2 – Domínio sobre a mente
Os grandes corredores, sobretudo de provas de resistência, não se definem apenas pelo vigor físico, mas pela forma inteligente com que controlam a mente. Uma famosa frase de Jacqueline Gareau, vencedora da Maratona de Boston de 1980, exemplifica isso. “O corpo não quer que você corra. Enquanto você corre, ele lhe manda parar, mas a mente tem que ser forte. Não é a idade, não é a dieta, é a vontade de vencer.” Como ter uma mente forte? “Pensar na família, nos amigos, assistir a vídeos motivacionais ou se inspirar no personagem de um livro são boas estratégias quando tudo parece ruim”, reforça Enzo. “Isso pode desviar a atenção do sofrimento e te colocar de volta na prova”, acredita.
3 – Defina pequenos objetivos
Divida sua prova em pequenas partes, atribuindo a elas um objetivo distinto (e, claro, atingível). Por exemplo, após a largada, calcule cruzar o primeiro quilômetro em determinado tempo. Caso sinta-se bem, planeje diminuir alguns segundos do próximo trecho. Programe também uma meta de tempo para atingir na metade da prova. Isso tudo faz com que você alcance pequenas vitórias e adquira, consequentemente, mais confiança em seu desempenho. “Cada vez que você alcança uma dessas pequenas metas, a autoconfiança aumenta e a ansiedade diminui. Isso te ‘força’ a focar no processo da prova e não no resultado final, dando mais qualidade à sua corrida”, explica o psicólogo do esporte Rafael Dutra.
4 – Atenção aos detalhes
Pensar nos detalhes durante uma prova é uma boa estratégia. Uma boa analogia é com os pilotos de Fórmula 1. “Eles visualizam cada particularidade da volta, as trocas de marcha, os giros no volante. É como se executassem a volta mais vezes, só que mentalmente”, compara Enzo. Você também pode fazer isso, prestando atenção ao que seu corpo diz durante cada quilômetro e comparando mentalmente ritmo, sensação de esforço e dificuldades sentidas. “Quanto mais fracionada e detalhada for sua visualização, melhor será seu entendimento sobre a corrida”, garante.
5 – Ouça menos música e mais o seu corpo
As trilhas sonoras podem ser boas parceiras. Mas, antes de ligar seu player de MP3, preste atenção no que o seu corpo está dizendo. Uma pesquisa de 2009, publicada pelo Journal of Sport & Exercise Psycology, aponta que ouvir música durante a corrida pode aumentar o desempenho e até diminuir a sensação de cansaço. Mas tem o outro lado da moeda. Ao focar na música durante o exercício, você acaba diminuindo a concentração na corrida (e na mecânica do movimento), deixando passar batidos alguns sinais que seu corpo manda, como cansaço e frequência cardíaca. Mas não precisa eliminar de vez o dispositivo dos seus treinos. Procure apenas mesclar treinos com e sem música para aprender a dar mais ouvidos ao que seu corpo diz.
6 – Planeje sentir dor
Apesar de o conceito de “No pain, no gain” (sem dor, sem resultados) ser um tanto controverso, é senso comum que a dor faz parte da evolução de um atleta. Muitos corredores de elite costumam apertar o ritmo quando surge o desconforto em um treino e relatam que isso faz com que ele desapareça mais rápido. “O importante é estar preparado para a dor que provavelmente irá sentir. Isso ajuda o atleta a não desanimar no momento em que ela chegar”, recomenda Rafael. Nem é preciso dizer que a dor da qual estamos falando é aquela natural do esforço. Se sentir uma lesão, pare na mesma hora.
7 – Querido diário
Passe a registrar num caderninho, depois de cada treino, suas percepções de como foi o exercício. Anote se se sentiu cansado demais depois de determinado “tiro”, ou se aquele longão foi mais fácil do que esperava. Registre cada sensação que experimentou durante o treino. Isso é extremamente eficaz para ter uma noção melhor de como seu corpo está respondendo ao treinamento. Além disso, ajuda a reconhecer que aspectos devem ser melhorados no próximo treino. Experimente! Diário não é só coisa de adolescente.
8 – Olhe onde pisa
Correr na rua perto da sua casa ou na pista de asfalto do parque vai fazer de você um bom corredor. Alternar esses pisos com alguns menos usuais, como grama, trilha e até areia fofa, pode fazer de você um corredor superdotado. Como a passada nesses territórios nunca é a mesma, você tem de estar 100% concentrado para não dar um passo em falso. “Quanto mais recursos o cérebro utiliza para executar a atividade, melhor é o desempenho”, resume Amato.
(Matéria publicada pela Revista O2, edição 125, setembro de 2013)
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