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Conheça as causas da candidíase e como evitá-la

Atualizado em 26 de fevereiro de 2019
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Mulheres que praticam esportes, como corrida, ciclismo ou natação precisam ter mais cuidado com a região íntima por causa da candidíase, uma infecção causada pelo fungo cândida, que tem como local preferido regiões úmidas e abafadas. Ou seja, atletas que treinam pesado, suam bastante e permanecem muito tempo com a roupa molhada ou úmida, são as vítimas favoritas do fungo.

Sintomas da candidíase

Seu principal indício é corrimento acompanhado de coceira incômoda, que pode causar ardor na mucosa vaginal ao urinar. “A candidíase, às vezes, é uma infecção oportunista, muito associada à baixa imunidade. Dependendo do período de treino da atleta, essa imunidade pode estar baixa por um pós-prova, por exemplo, e uso de antibióticos também podem desregular a flora vaginal. Durante as Olimpíadas atuei como médica na Vila Olímpica e atendi atletas do mundo inteiro e a queixa mais prevalente durante os atendimentos foi candidíase”, explica a ginecologista do esporte Thatiana Parmigiano.

De acordo com ginecologista, a cândida é um fungo da flora normal da vagina. No entanto, quando há o desequilíbrio dessa flora, principalmente com a alteração do PH vaginal para mais ácido, pode predispor a proliferação da cândida e ao aparecimento da leucorreia, que é um corrimento espesso, esbranquiçado ou amarelado.

O que muitas mulheres não sabem é que a candidíase não é uma doença sexualmente transmissível, embora exija tratamento do parceiro sexual se houver dificuldades em desaparecerem os sintomas. 

 

Como tratar a candidíase

 

Assim que surgirem os sintomas, vá ao ginecologista, que deverá indicar o melhor tipo de tratamento. Geralmente, a candidíase é tratada com Fluconazol, um tipo de antifúngico. “O medicamento pode ser receitado em uma dose única ou, no caso de uma candidíase recorrente, é preciso usá-lo uma vez por semana, podendo variar de seis semanas a seis meses”, fala ginecologista. Os banhos de assento com flogo-rosa (estabilizador do PH vaginal) ou chá de camomila concentrado também podem ajudar a aliviar os sintomas.  

 

Como evitar

  • Após a corrida, tire as peças molhadas e tome um bom banho. Mesmo que você não consiga tomar um banho logo depois de treinar, não deixe de trocar de roupa.
  • Se estiver na praia, tenha o cuidado de tirar a água salgada do corpo o mais rápido possível. “A água do mar pode causar irritação na região genital, principalmente se associada à areia. E não se esqueça de lavar-se apenas externamente, pois duchas vaginais não são indicadas”, alerta Thatiana.
  • Opte por calcinhas feitas com materiais que não retenham o calor e que sejam feitas com forro de algodão. São mais confortáveis e adequadas para usar nessa época do ano e para treinar.
  • A depilação também pode gerar algumas irritações na pele, dependendo do método escolhido para fazer a remoção dos pelos. Seja com cera quente, fria, lâmina de barbear ou qualquer outra maneira, cada mulher tem um tipo de depilação ao qual se adapta melhor. Depiladores elétricos podem ser uma alternativa. Em alguns casos, como os com tendência a pelos encravados, a melhor opção é a depilação a laser.
  • Fuja do consumo excessivo de doces. “O doce estimula a excreção de glicose pela urina. O ambiente vaginal também fica ‘adocicado’, e isso é um fator de risco para a candidíase, principalmente para a de repetição”, pontua.
  • Consuma probióticos para auxiliar e manter o equilíbrio da flora vaginal, que também possui lactobacilos capazes de proteger a região de ameaças como a candidíase.