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Esse é um assunto que não tem unanimidade entre os corredores. A maioria prefere continuar se exercitando quando encontra o sinal fechado durante o treino nas ruas, mas outros não veem problema em parar um pouquinho para esperar que ele fique verde. A verdade é que tudo depende do seu ritmo de corrida e não tem uma fórmula preparada para este caso.
Colocamos o assunto em discussão entre cinco corredores. Dois deles são a favor do descanso rápido, enquanto os outros preferem os trotes no mesmo lugar. Veja como cada um deles defende sua posição.
Flávio Freire, diretor-técnico da Flávio Freire Assessoria Esportiva, de São Paulo.
“Sempre tento controlar o ritmo das passadas até chegar ao semáforo ou faço um breve trote no aguardo da liberação para pedestre. A ideia principal, para mim, é que fazendo isso não preciso interromper o treino bruscamente, evitando novos ajustes da frequência cardíaca, da frequência respiratória, da temperatura corporal e outros que ocorrem sempre que o nosso corpo recebe um novo estímulo. É claro que com esse tipo de atitude todos ficam olhando para mim, pois chama atenção alguém parado no lugar sem deixar de se movimentar. Mas eu não me importo, pois é para o bem do meu treino.”
Guto Ferrari, coordenador de running da Academia Velox Fitness, no Rio de Janeiro.
“Com o sinal fechado, caso seja seguro (ruas mais calmas, regiões residenciais), eu não paro minha corrida, atravesso com muita cautela. Mas quando não é possível atravessar, fico andando em círculos, saltitando, trotando. Na realidade faço isso sem um motivo específico. Porém, fisiologicamente falando, esse é o procedimento correto. Quando corremos o sistema circulatório aumenta o fluxo sanguíneo para os membros inferiores. O sangue, para retornar contra a gravidade, é auxiliado pelas contrações da panturrilha que o bombeiam para cima. Quando paramos, essas contrações cessam, gerando dificuldade no retorno do sangue. Em casos mais extremos isso pode gerar tonturas, mal-estar e até desmaios.”
Marina Figueiredo, corredora apaixonada que se dedica às provas de longa distância.
“Quando não é possível correr apenas no parque, e a corrida acaba se estendendo para a rua, ou quando toda ela acontece nas ruas de São Paulo ou de alguma outra cidade, eis que surgem obstáculos: os faróis vermelhos. Mas não seja por isso, continuo trotando no lugar. Trata-se de uma forma de não acatar a pausa na atividade que me foi imposta. Assim, mantenho-me aquecida e, quando o sinal abre, o trote volta para o meu ritmo normal de passadas. Isso é questão de gosto. Prefiro não ficar começando e recomeçando a todo o momento, o que implicaria em muitas variações de ritmo na minha corrida.”
Paulo Ayres, gerente de corrida da Cia Athletica, unidade de Porto Alegre.
“Para falar a verdade, sempre busco trajetos onde eu não tenha muita interferência na corrida, como atravessar ruas, por exemplo. Mas quando isso acontece e eu encontro o sinal vermelho no meio do percurso, prefiro parar. Não costumo ficar trotando no lugar porque não me sinto bem com isso. Prefiro parar e aproveitar para recuperar um pouco a musculatura. São apenas alguns instantes e isso não interfere no meu desempenho. Depois, quando o farol abre, sigo em frente. É claro que isso sempre depende da intensidade da corrida. Quando eu quero treinar mais forte, busco trecho em parques, pois assim a corrida não sofrerá interferência alguma.”
Patricia Baezo, especialista em maratonas e corredora há 13 anos.
“Sejamos sinceros: essas paradinhas no farol não atrapalham nenhum treino. Muito pelo contrário, elas dão mais fôlego para continuar, principalmente quando o treino rola em dias muito quentes. O que vale no treinamento é ter uma rotina, ser dedicado, regrado e persistente. Isso sim faz diferença no longo prazo. O semáforo é, inclusive, uma chance para esticar as panturrilhas e recuperar o fôlego. É claro que a frequência cardíaca não vai despencar durante os 30 ou mais segundos que você está esperando. Sim, você pode perder um pouco de força, mas durante uma corrida mais fácil isso não importa diante de todas as passadas dadas. Nos treinos longos, para maratona, também costumo parar após determinada quilometragem para me hidratar e tomar um suplemento. Isso não interfere em nada nos treinos e acredito que seja benéfico, pois não vejo essa atitude como um motivo para descanso, e sim como uma parada essencial para poder continuar ‘na mesma pegada’ do treino.”
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