Desaquecimento: aprenda a desacelerar

Atualizado em 29 de abril de 2016

Ao final do seu treino ou de uma prova, você já sentiu a pressão diminuir ou até cair bruscamente? Isso pode acontecer devido à redução muito rápida da frequência cardíaca e, consequentemente,  a diminuição muito acelerada do débito cardíaco com redução do fluxo sanguíneo.

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A solução, neste caso, é desacelerar lentamente, e não parar de correr de imediato. Com o desaquecimento, os ajustes vasculares irão retornar ao nível inicial do seu corpo. E, com isso, a pressão arterial também irá diminuir. Tudo, sem correr o risco de uma queda de pressão, que seria capaz de provocar tonturas e, até mesmo, o desmaio.

Por que fazer o desaquecimento?
Quando você termina um treino ou uma prova, é preciso fazer com que seu corpo retorne às condições pré-exercício. Por esta razão, o desaquecimento é fundamental para reduzir a frequência cardíaca, a respiração e a temperatura corporal. Além de evitar a queda brusca de pressão, a desaceleração também traz outros benefícios. Veja:

Retorno do sangue acumulado nos músculos
Quando você corre, a contração muscular bombeia o sangue de volta ao coração, o que previne que o sangue fique acumulado em suas pernas.  Mas, quando você simplesmente para de correr, isso pode ocasionar na redução de pressão sanguínea e tontura. Com isso, ao fazer o desaquecimento correndo devagar ou caminhado, você ativa o bombeamento dos músculos, para manter o sangue circulando de volta ao coração.

Redução da tensão muscular
Com a ajuda do desaquecimento, você conseguirá reduzir a tensão muscular, que fará com que seu corpo esteja preparado para outra sessão de treino forte mais rapidamente. Além disso, seu risco de lesão nos dias em que seu treinamento é mais duro ou em provas diminui, já que o desaquecimento torna seus músculos capazes de se recuperarem mais rápido.

Remoção rápida do lactato
Depois de treinos longos ou de provas de 10 km, um papel importante do desaquecimento é o de remover o lactato que se acumulou em seus músculos e sangue. O lactato é produzido pelo seu organismo, após a queima da glicose para o fornecimento de energia sem a presença de oxigênio. O acúmulo desta substância nos músculos pode gerar dor e desconforto, logo após o exercício.

Desta forma, o lactato no sangue diminui mais rapidamente quando você faz o desaquecimento, porque o fluxo sanguíneo é mantido a um nível maior, o que eleva  o movimento do lactato para fora dos músculos.

Como fazer?
Inicie seu desaquecimento com uma corrida leve, diminuindo para um trote ou caminhada, de 5 a 10 minutos, ou até atingir de 50% a 60% de sua frequência cardíaca máxima. Procure, também, realizar uma inspiração lenta e prolongada e uma expiração oral rápida e curta. Após o desaquecimento, realize um alongamento completo, para evitar que seus músculos fiquem contraídos, diminuindo os riscos de lesões.

(Fonte: Paulo Nunes, professor de Educação Física em São Paulo e especialista em fisiologia do esporte)