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A preparação para correr uma maratona representa um processo desgastante para a maioria dos corredores amadores. A exigência física altíssima, a rotina disciplinada de treinos e a carga emocional envolvida nos 42 km e nos meses que os antecedem fazem com que alguns praticantes sofram com a desmotivação após uma prova. É como se os corredores, a partir do momento em que cumprem o objetivo traçado, deixassem o entusiasmo pela corrida para trás da linha de chegada.
O dilema psicológico, segundo o treinador Emerson Gomes, da assessoria esportiva MPR, costuma atingir pessoas que têm uma conexão efêmera com a corrida – ou até com outros aspectos da vida, como o trabalho e as relações interpessoais. Perder o interesse após uma conquista afasta pessoas e transforma objetivos. Com as maratonas, se não há paixão real pelo universo que as cercam, não é diferente.
“Às vezes, o praticante faz a maratona para contar para os amigos, para viajar ou até mesmo para treinar e comer sem culpa. Isso é mais comum entre as pessoas que não são tão próximas ao esporte. Elas mudam totalmente o estilo de vida para correr uma prova. A preparação acaba sendo totalmente diferente da rotina, o que faz com que a pessoa abra mão das horas de lazer. Isso acaba se tornando um fardo. Quando passa o objetivo principal, ela quer retomar as coisas que são prazerosas. Quem já incorporou o estilo de vida da maratona está acostumado a acordar cedo, comer bem e fazer um longão”, diz.
“Tem gente que almeja tanto um objetivo que, na hora em que ele chega, perde todo o sentido. Nós usamos até um jargão popular para explicar: ‘Cachorro corre atrás da roda do carro e, quando pega, não sabe o que faz'”, compara Waldemar Ribeiro Filho, o Dema, da assessoria Deluka.
Em alguns casos, a sensação de dever cumprido, uma das grandes recompensas de uma prova longa, pode se converter em uma outra percepção: a de que um ciclo chegou ao fim. Isso acontece porque, para uma parcela dos praticantes, já não há grandes desafios após completar os 42 km. Percursos como os 5 km, 10 km, 15 km e 21 km já ficaram bem para trás. Depois de “bater no teto” – embora as ultramaratonas estejam aí para desmentir essa corrente –, as metas podem se voltar para outras direções.
Apresentar novas metas aos alunos é uma das formas que os treinadores encontram para que a desmotivação não atinja seus assessorados. Melhorar os tempos, correr longas distâncias de maneira mais confortável e ganhar velocidade são algumas das estratégias para que eles não abandonem o barco. Afinal, aluno motivado é sinônimo de aluno fiel.
O avanço da vaidade em todos os segmentos da sociedade não perdoou nem a corrida de rua, o esporte mais acessível do planeta. Na era das selfies e das curtidas em redes sociais, correr uma maratona, para alguns, significa um upgrade em sua reputação.
Dema conta que, em jantares de empresários paulistanos, é comum que uma ou outra pessoa seja enaltecida por ter disputado todas as grandes maratonas, provocando outras pessoas do mesmo nicho a fazer o mesmo. Como a ligação com a corrida não é forte o suficiente para sustentar a rotina de longões e outras privações, é possível que a desmotivação bata na porta após a conclusão de um objetivo.
“Isso acontece muito. Acho que essa questão de ter no escritório uma medalha de maratona acaba chamando a atenção das pessoas que te visitam. O problema é que acaba chamando a atenção das pessoas de uma maneira errada”, observa o treinador da Deluka.
Além de trabalhar diariamente para que os alunos sigam motivados, é preciso mostrar que as metas são factíveis com o estágio do corredor. Dema afirma que tem recebido alunos que não estão acostumados aos treinamentos e se inscrevem em maratonas. Pular etapas, mais do que um fator que colabora para a desmotivação, representa um risco para o corpo.
“Tem sido comum o aluno chegar na assessoria e dizer: ‘Estou inscrito para a Maratona de Paris’. O cara vem e fala isso depois do Carnaval. Come errado, nunca treinou mais do que 5 km e já está inscrito para uma maratona. Alguns não têm a construção muscular adequada, não têm coordenação. Seria muito bom falar ‘não’, mas não é possível”, reclama.
“A evolução depende da continuidade. É um processo que acontece semana a semana, mês a mês, ano a ano”, avisa Gomes aos apressadinhos.
As dicas de Emerson Gomes, da MPR, para não perder a motivação depois de uma maratona.
– Diminua o ritmo, mas não deixe de treinar
Tenha um período de resguardo pós-maratona. Quando voltar, treine de forma mais leve, com menos volume, mas não deixe de treinar.
– Trabalhe para ganhar velocidade e potência
Não existe um bom maratonista que não tenha sido um bom corredor de 10 km. É preciso trabalhar os 10 km também. Ganhar velocidade é um passo fundamental para melhorar os tempos.
– Estabeleça metas com prazos e objetivos distintos
Se o corredor escolhe uma maratona no segundo semestre, deve trabalhar o primeiro com mais qualidade, fazendo 10 km e meia-maratona. Assim, terá uma base melhor para retomar treinos diferentes depois da maratona.
– Entenda que a evolução depende de continuidade
Com quebras constantes, não há evolução na corrida. Se o corredor para no fim do ano e só volta após o Carnaval, boa parte do que foi conquistado vai por água abaixo.
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