Você sente dores semelhantes a um estiramento muscular na virilha, se incomoda ao saltar ou subir escadas e nota que o desconforto é irradiado para os músculos adutores (parte interna das coxas)?
Se esses sintomas são familiares, é possível que você esteja sofrendo uma inflamação no osso púbis, um dos três que formam a pélvis.
O problema atende pelo nome de pubalgia e, embora seja mais comum entre jogadores de futebol (Kaká, ex-meia da seleção brasileira, teve a carreira abalada por ela), também vem prejudicando muitos corredores, sobretudo aqueles que gostam de se aventurar por montanhas.
Por passarem com frequência por terrenos acidentados, os corredores de montanha exigem mais do sistema de aterrissagem dos membros inferiores e da bacia.
Mais comuns entre os homens, as dores no púbis têm origem com assimetrias de força, encurtamentos musculares ou por desequilíbrios no quadril.
Como as dores irradiam para os músculos das duas pernas, o corredor tem menos força e potência durante o exercício.
Segundo o fisiatra Marcus Yu Bin, é comum que alguns pacientes cheguem ao seu consultório falando em pubalgia, mas o diagnóstico, na verdade, pode ser outro.
A pubalgia, muitas vezes, é confundida com cálculos renais, hérnias de disco ou dores abdominais que irradiam para baixo.
O diagnóstico é feito através de um exame clínico, que envolve uma apalpação dolorosa.
Exames de imagem também são alternativas para checar a existência da pubalgia. Se as dores forem subestimadas e não receberem a devida atenção no início, o problema pode ser crônico, como aconteceu com Kaká.
O tratamento da pubalgia raramente é exclusivamente medicamentoso. É preciso tratar a causa da lesão — ou seja, trabalhar o alongamento da musculatura adutora e promover o reequilíbrio da musculatura do core.
“Nem sempre só os remédios resolvem. Você dá um remédio, a dor melhora, mas, se não cuidar da causa, pode voltar logo. O tratamento não é rápido. Em geral, leva em torno de três meses”, afirma o ortopedista Sérgio Maurício.
Cirurgias são raras no tratamento de uma pubalgia. Uma operação só é discutida se o paciente não responde bem aos tratamentos sugeridos durante quatro ou cinco meses.
“Um trabalho de mobilidade da articulação do quadril é importante para manter os problemas do púbis longe. Vale conversar com o treinador e investir em uma boa mobilidade de articulação do quadril”, recomenda o ortopedista.
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