60% dos brasileiros 'flertam' com sedentarismo: veja os riscos

Atualizado em 05 de junho de 2024

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 6 a cada 10 brasileiros não praticam atividades físicas no tempo livre – o que acarreta um risco de adesão ao sedentarismo, desenvolvimento de doenças e prejuízos para a saúde pública. A recomendação semanal é de, pelo menos, 150 minutos de atividade física moderada ou 75 minutos em intensidade vigorosa – o que não passa de 15 minutos diários em alta frequência.

No Brasil, só 40,6% das pessoas com 18 anos ou mais realizam atividade física nos níveis estipulados, segundo dados de 2023 do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. O número é referente a exercícios no tempo livre (exclui-se o deslocamento para o trabalho, escola ou atividades ocupacionais). Uma pesquisa de 2023 encomendada pelo Serviço Social da Indústria (Sesi)com cidadãos acima de 16 anos, mostrou que 39% das pessoas nunca fazem atividade física e outras 13% fazem raramente.

Riscos para a saúde

  • Mortalidade por diversas doenças crônicas não transmissíveis;
  • Desenvolvimento de câncer (cólon, mama, próstata e outros);
  • Diabetes mellitus tipo 2;
  • Dislipidemia (aumento do colesterol total/LDL e diminuição do colesterol HDL);
  • Hipertensão;
  • Deficiências imunológicas;
  • Síndrome metabólica;
  • Distúrbios neurológicos (declínio funcional, depressão, demência);
  • Osteoporose (quedas, fraturas);
  • Excesso de peso e obesidade;
  • Estresse oxidativo (desequilíbrio metabólico que gera danos celulares e acarreta no desenvolvimento de diversas doenças);
  • Ocorrência de dores;
  • Sarcopenia (perda de massa muscular).

Como sair do sedentarismo

Mudar o panorama não é uma tarefa fácil, mas é possível começar pela adesão individual na hora de se exercitar. Saiba como:

  • Comece aos poucos e com pequenas atividades, como utilizar escada em vez do elevador e andar o máximo possível no deslocamento para trabalho ou escola;
  • Escolha uma atividade física da qual goste. Não adianta fazer um exercício no qual não se sinta bem, pois não haverá continuidade;
  • Considere as opções logísticas e escolha a de maior facilidade. Não dá para fazer natação se não há piscina disponível, por exemplo;
  • Caminhada e corrida são duas atividades acessíveis e democráticas, pois não são necessários equipamentos especiais e dá para praticá-las até nas ruas perto de casa;
  • Inclua a atividade física como hábito obrigatório, assim como são escovar o dente, tomar banho e se alimentar. Não deixe para se exercitar só quando tiver tempo na rotina.

De acordo com o Ministério da Saúde, para alcançar os níveis mínimos recomendados basta incluir atividades recreativas e esportivas – desde o deslocamento por meio de bicicleta ou mesmo uma caminhada até o trabalho ou ponto de ônibus.

  • Tempo livre: reserve algum tempo para fazer atividades físicas com os amigos, família ou sozinho, fazendo preferencialmente aquilo que você gosta. Caminhar, correr, dançar, nadar, pedalar, surfar, jogar futebol, vôlei, basquete, bocha, tênis, peteca ou frescobol, fazer ginástica, musculação, hidroginástica, yoga ou artes marciais, entre outras;
  • Deslocamento: sempre que possível opte por deslocamentos a pé, de bicicleta, de skate, de patins ou mesmo de patinete (sem motor);
  • No local de trabalho/estudo: aposte em um dia mais ativo, sempre optando por subir escadas no lugar de usar elevadores, ou mesmo optando por atividades físicas fornecidas no local;
  • Tarefas domésticas: contribua com as tarefas de casa: por meio delas você também se mantém ativo. Aposte em jardinagem, varrer, passar pano, recolher o lixo e colher grama.

Benefícios para a saúde

A atividade física está atrelada com uma série de benefícios para a saúde: melhorar o condicionamento cardiovascular, auxiliar o controle de peso, fortalecimento de músculos e ossos, redução de dores, melhora na imunidade e sono, prevenção do sobrepeso e perda de massa muscular e redução do risco de doenças crônicas como obesidade, diabete e hipertensão. De acordo com o Guia de Atividade Física da População Brasileira, do Ministério da Saúde, os benefícios da atividade física podem ser resumidos em:

  • Promove o desenvolvimento humano e bem-estar, ajudando a desfrutar de uma vida com melhor qualidade;
  • Previne e diminui a mortalidade por diversas doenças crônicas, tais como pressão alta, diabetes, doenças do coração e alguns tipos de câncer (como mama, estômago e intestino);
  • Ajuda a controlar o peso, melhorando não apenas a saúde, mas também a relação com o corpo;
  • Diminui os sintomas da asma;
  • Ajuda a diminuir o uso de medicamentos em geral;
  • Colaboração para a diminuição de dores;
  • Reduz o estresse e sintomas de ansiedade e depressão;
  • Melhora o sono e o humor;
  • Promove prazer, relaxamento, divertimento e disposição;
  • Ajuda na inclusão social, e na criação e fortalecimento de laços sociais, vínculos e solidariedade;
  • Resgata e mantém vivos diversos aspectos da cultura local.