Quem corre sabe o quanto é importante manter uma biomecânica correta para evitar lesões, ao mesmo tempo em que isso é um desafio para quem se dedica às passadas. A novidade do mercado propõe ajudar nesta tarefa. A esteira Curve, da Physio Institute, auxiliaria os atletas, amadores e profissionais, a pisar da forma correta. Segundo a marca, como a plataforma é curva, automaticamente a pisada é feita com o antepé, o que melhora a biomecânica da corrida, fortalecendo a musculatura de proteção do tornozelo.
Porém, analisada por especialista em biomecânica a pedido da O2 Por Minuto, a questão da prevenção de lesões veio à tonta. Essa proposta de diminuir os machucados se dá por conta, justamente, do correr com o antepé (parte da frente do pé). Como as lesões mais comuns nos joelhos dos corredores são creditadas à corrida com o retropé, acredita-se que correr com a parte da frente dos pés evitaria lesões. No entanto, certamente outros tipos de machucados estarão por vir, como tendinites no tendão do calcâneo e fraturas nos ossos do dedinho do pé.
Por isso, tome cuidado ao fazer a mudança na forma de correr. Lembre-se que qualquer alteração deve ser gradativa para que o seu organismo se acostume ao novo estímulo. A modificação abrupta da corrida pode levar a outros tipos de lesão. O melhor, neste caso, é fortalecer o pé para que nenhum problema apareça mais para frente.
Corrida mais realista
A vantagem real da esteira é a possibilidade de melhora na propulsão, já que o produto não é elétrico, e sim mecânico. Desta forma, a inclinação da parte dianteira da esteira tende a facilitar a corrida pela ação da gravidade, pois o pé que a toca desce para o centro da lona.
Para que você entenda, em uma esteira normal o deslocamento do corpo se dá mais para cima do que para frente, já que é o motor que impulsiona a lona e fornece a velocidade programada no aparelho. Com isso, basta correr com deslocamentos para cima para que a lona continue correndo embaixo de você. Na esteira de deck curvo, entretanto, a velocidade é mantida se a força realizada na propulsão ocorrer com mais vigor. Caso contrário, você não conseguirá manter o ritmo. Isso é o mesmo que acontece nas ruas, quando você corre para frente e não para cima.
(Fonte: Vitor Tessutti, especialista em treinamento esportivo e sócio proprietário da Clínica da Corrida – São Paulo)
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