O treino de fortalecimento muscular é fundamental para todos os corredores, principalmente para ajudar a evitar lesões. Porém, não há uma forma correta de fazer essa atividade, depende do objetivo do esportista e qual sua condição física. Existem diversos tipos de exercícios usados por corredores, como musculação com carga de peso menor e mais repetições, o oposto (mais carga e menos repetições), treinamento de força explosiva (com saltos, por exemplo), entre outros. Porém, qual é o mais eficiente para os corredores?
Um estudo, realizado por pesquisadores finlandeses (e publicado no Journal of Sports Science), tentou responder a essa pergunta. Eles recrutaram 27 corredores do sexo masculino para participar do teste. Todos eles foram submetidos a seis semanas de treinos preparatórios idênticos e foram divididos em três grupos. Durante esse período, um deles complementou a corrida com o treinamento de musculação utilizando mais peso e menos repetições, o outro fez o oposto (menos peso e mais repetições) e o terceiro realizou atividades de força explosiva.
Todos os corredores foram submetidos a uma variedade de testes antes e depois dos exercícios: força e ativação muscular no quadríceps, altura máxima de salto, velocidade máxima em um teste anaeróbio, tempo até a exaustão, VO2 máximo (volume máximo de oxigênio que o corpo consegue usar do ar que está dentro dos pulmões, transportar para os tecidos pelo sistema cardiovascular e utilizar na produção de energia) e economia de energia na corrida.
Os membros dos grupos de treinamento de musculação com mais peso e menos repetições e o de força explosiva viram melhorias na sua máxima força e ativação muscular, enquanto membros do grupo de treinamento de resistência muscular (menos peso e mais repetições), não. A velocidade máxima atingida no teste de corrida e a altura máxima do salto aumentaram apenas no grupo de musculação com mais carga e menos repetições.
Com isso, os autores deste estudo concluíram que a musculação pesada é a melhor forma de melhorar a resistência dos corredores de longa distância, com o fundamento de que ela melhorou o VO2 máx., a economia de energia e o desempenho anaeróbio durante a corrida, o que os outros não fizeram.
Para Paulo Ayres, gerente da Cia Athletica, de Porto Alegre, o treino de fortalecimento pode ser dividido em três. “Assim, é possível trabalhar força, resistência e pliometria (explosão) de uma forma organizada. Uma boa variação de exercícios quebra a monotonia e complementa a corrida”, finaliza.
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