Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Sabe aquela sensação de fraqueza, dor e cansaço extremos após um treino mais puxado? Há grandes chances de ser fadiga muscular. De acordo o fisiologista de atletas Gerson dos Santos Leite, o músculo esquelético possui a capacidade de produzir elevados níveis de energia que geram resistência, força e potência. Uma incapacidade de manter essa produção de energia designa-se por fadiga neuromuscular, fenômeno que pode manifestar-se de forma aguda, ou seja, durante o treino; ou cronicamente, como em uma espécie de overtraining.
Apesar de ser mais comum entre atletas profissionais, a fadiga muscular pode acontecer com qualquer um que se submeta com frequência a um esforço maior que sua capacidade, podendo, inclusive, prejudicar articulações e sobrecarregar outras partes do corpo, caso o problema seja negligenciado.
Embora a fadiga muscular venha sendo estudada há mais de um século, ainda existem dúvidas em relação ao assunto. O que já foi comprovado é que a complicação pode e manifestar de duas formas durante o treino, como fadiga central ou fadiga periférica. “A fadiga central pode provir de uma ou mais estruturas nervosas envolvidas na produção ou manutenção do controle da contração muscular, relacionados aos processos de formulação do padrão motor (envolvendo o córtex cerebral, cerebelo e junções sinápticas) e pode acontecer em atividades de longa duração como a corrida, o ciclismo, triathlon e maratona aquática”, explica Leite.
Segundo o especialista, a fadiga tem relação com a variação das concentrações de glicose sanguínea, de aminoácidos de cadeia ramificada (conhecidos como BCAA) e da síntese de alguns neurotransmissores. Isso valida a importância do consumo de carboidratos antes e durante os treinos, de uma ingestão adequada de proteínas e aminoácidos durante o dia e de uma alimentação variada.
Já a fadiga periférica é aquela que tem suas causas no músculo esquelético. Geralmente acontece por causa de uma falha ou limitação de um ou mais processos na unidade motora, isto é, nos neurônios motores, nervos periféricos, nas ligações neuromusculares ou fibras musculares.
Em exercícios prolongados, a fadiga periférica tem relação direta com outros mecanismos, como a redução nas concentrações de cálcio no músculo que comprometem a tensão gerada pelas fibras musculares, a perda de glicogênio, o desequilíbrio hídrico e eletrolítico e a elevação da temperatura corporal.
Muita gente acha que fazer o day off é perda de tempo, quando na verdade o descanso é importantíssimo para evoluir na corrida ou em outra modalidade. Quem vai além do sugerido nos treinos, pode sentir que não consegue evoluir e obviamente desenvolve a fadiga muscular. Uma solução é alternar os treinos de intensidade com treinos regenerativos e, após os treinos longos, só realizar um treino mais intenso após 72 horas. Há, ainda, fatores emocionais que podem influenciar o desempenho e a fadiga. Por isso, não hesite em respeitar o descanso.
Vale lembrar que em ambientes quentes e úmidos, como, por exemplo, nas cidades praianas do Brasil, a necessidade de água, sais minerais e carboidrato podem aumentar, pois a perda hídrica e de sais aumentam, já que o corpo faz a tentativa de manter uma temperatura corporal adequada. “Por isso pode ser interessante evitar treinar nos períodos mais quentes do dia”, alerta Gerson.
É importante iniciar o exercício bem hidratado, nutrido e com boa reserva de glicogênio muscular (carboidratos estocados no músculo). Por isso, sempre conte com o auxílio de um nutricionista esportivo para ajustar a alimentação baseada nos seus objetivos e metas.
Compartilhar link