Invista no deep running e ganhe rendimento

Atualizado em 29 de abril de 2016

Você já ouviu falar em deep running? A modalidade feita na piscina simula uma corrida terrestre com a vantagem de não causar impacto nas articulações, o que é uma boa pedida para períodos de reabilitação e, também, para ganhar rendimento nas ruas (além de ser ótima para a recuperação de provas de longa distância).

Entre os corredores a corrida na água ficou famosa em 1984, ano da primeira maratona feminina em uma olimpíada. Na época, a americana Joan Benoit era um azarão. Ela havia machucado o menisco alguns meses antes da prova e não era considerada favorita. Para não perder dias importantes de treino, passou a correr na água. Resultado: além de ganhar a medalha de ouro, a atleta manteve-se na frente o tempo inteiro. Desde então, o deep water running, que surgiu no período de guerras para auxiliar soldados a recuperar os movimentos dos membros inferiores, conquistou atletas profissionais e pessoas comuns que procuram na atividade uma maneira de ficar em forma, perder peso ou treinar durante o período de recuperação de uma lesão.

O deep running é um trabalho de corrida feito em suspensão com deslocamento ou não. Ele melhora a estabilização do tronco e o fortalecimento do core por ser feito com os movimentos da corrida, ajudando o praticante a manter o trabalho aeróbio. Os treinos ainda possuem a execução técnica da corrida (posição do tronco, joelhos, calcanhares e pés) e é muito usado no pós-provas de longa duração, como maratonas e ultramaratonas, para manter o condicionamento sem forçar demais as articulações.

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Estudos comprovam os efeitos positivos do deep running, especialmente no que diz respeito aos índices de condicionamento físico. Pesquisadores da Florida State University, por exemplo, dividiram atletas em dois grupos: um deles foi colocado para correr na água, enquanto o outro manteve os treinos normais. Todos eles fizeram testes de VO2 máx e limiar de lactato. Os cientistas constataram que, depois de seis semanas na água, os corredores haviam mantido completamente o condicionamento físico. Ou seja, praticar a modalidade é uma ótima dica para quem está machucado, mas não quer perder a forma. E mais: a água faz com que as forças compressivas nas articulações, principalmente nos membros inferiores, diminuam, reduzindo, assim, o estresse e as lesões articulares.

Outro trabalho mostrou algo ainda mais interessante. Especialistas do Instituto Karolinska, de Estocolmo, descobriram que durante a prática do deep running a frequência cardíaca é 8-11 batimentos por minuto menor para o mesmo consumo de oxigênio quando comparada com a corrida na rua. Isso porque a água exerce uma pressão sobre o corpo três vezes maior que o ar, fazendo com que mais sangue retorne ao coração e seja bombeado a cada batimento cardíaco. Isso faz com que a atividade também seja indicada para iniciantes ou pessoas com problemas cardíacos. Além disso, a maior densidade da água gera mais resistência aos movimentos, aumentando a demanda cardiorrespiratória, pois a pressão exercida pela água no corpo do esportista faz com que haja uma melhora no retorno venoso, o que facilita o trabalho cardíaco.

Aposte no cross-training
Para investir a modalidade é importante que você faça um treinamento cruzado para ganhar rendimento na corrida, incluindo o treino ao menos uma vez por semana na sua planilha.

A corrida simulada deve ser feita em uma piscina em que não seja possível tocar o fundo, mantendo a cabeça sobre a água com o auxílio de um cinto flutuador ou um colete. A forma do movimento precisa ser a mais semelhante possível à técnica da corrida terrestre. Você pode permanecer em um lugar, nesse caso sendo ligado a uma corda presa à borda da piscina, ou pode correr livremente por toda a piscina. A corda pode servir, ainda, para aumentar a resistência, auxiliar na postura mantendo uma posição mais vertical e facilitar a monitoração do exercício.

(Fonte: Rubens Santoro, gerente de ginástica da Cia Athletica unidade Kansas – São Paulo)