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Um temor entre quase todos os corredores é o de se lesionar durante a corrida, ou então agravar alguma lesão durante a prática. Os joelhos não ficam de fora dessa preocupação, e causar uma lesão no menisco, parte fundamental da articulação, é algo que ninguém quer e merece, certo?
Segundo o ortopedista Adriano Almeida, é importante esclarecer o que são os meniscos, sua função, os riscos que apresentam e os cuidados que eles necessitam. “Nós temos dois meniscos em cada articulação do joelho, o medial (interno) e o lateral (externo). São cartilagens fibrosas que ficam entre o fêmur e a tíbia. Ou seja, quando estamos de pé ou fazendo qualquer movimento que aplique carga sobre o joelho, estamos comprimindo o menisco, essa compressão faz com que ele absorva uma parte do impacto na articulação do joelho, que de outra forma seria absorvida pela cartilagem articular (cartilagem que recobre os ossos), ajudando a preservá-la e a evitar seu desgaste precoce”, explica.
Varia de acordo com o caso, quanto ao tipo de lesão apresentado. Além disso, existem lesões que não apresentam sintomas (são chamadas de assintomáticas), com ausência de dor, inchaço ou bloqueio na articulação, possibilitando a prática de esportes. Já as lesões que apresentam sintomas, necessitando de tratamento operatório ou não.
No caso de lesões que exigem procedimentos operatórios, Almeida esclarece. “Pode ocorrer a meniscectomia, que é a retirada parcial ou total do menisco, ou a reparação do menisco através de suturas (pontos)”. O ortopedista reitera que atualmente a retirada total quase nunca é realizada, já que a médio ou longo prazo pode causar outros problemas, como degeneração articular, desgaste da cartilagem e osteoartrite do joelho.
“A retirada parcial do menisco é indicada nos casos de lesões sintomáticas e instáveis, ou seja, que há um pedaço do menisco que está causando dor e não apresenta mais função de proteger a cartilagem, nos casos em que não houve melhora com o tratamento não operatório, e nas lesões que não é possível reparar o menisco, ou seja, que não é possível dar ponto”, explica o Dr. Adriano.
Certos casos necessitam apenas de tratamento não operatório, que consiste basicamente em fisioterapia, com trabalho de fortalecimento da articulação e exercícios de movimentação articular para tentar reduzir a dor, melhorar a movimentação e a força muscular.
“Os corredores dificilmente têm lesão no menisco por causa da prática por causa do movimento. O problema surge por causa da torção no joelho, algo muito difícil de ocorrer durante um treino ou competição de corrida. Além disso, não existe nenhum dado que comprove que a corrida cause alterações graves no joelho, como a osteoartrite em longo prazo. A corrida, portanto, pode ser considerada um esporte seguro. O que pode acontecer é um indivíduo que apresenta lesão no menisco ter um agravamento dos sintomas devido à corrida”, ensina o ortopedista.
A melhor maneira de se prevenir é fazer uma preparação adequada com exercícios de fortalecimento muscular, exercícios de alongamento e flexibilidade. Isso envolve toda a musculatura dos membros inferiores e do abdômen, para que absorvam o impacto da articulação dos joelhos e ajudem a evitar a sobrecarga muscular. Com isso, além de diminuir incidência de lesões, também pode auxiliar no desempenho.
“Se a pessoa apresentar sintomas em que haja suspeita de lesão no menisco, ela deve procurar um especialista em joelhos que vai saber avaliar e analisar a existência dessa lesão por meio de exames complementares. Por isso, é importante que se consulte um especialista o mais cedo possível para se avaliar adequadamente a lesão”, completa o médico.
*Fonte: Dr Adriano Almeida (CRM 100635), doutor em ortopedia, médico do Grupo de Medicina do Esporte do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP.
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