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Corrida e futebol, os dois esportes mais populares do País, têm quase todo o foco voltado para as pernas de seus praticantes. Grande parte do trabalho é feito pelos membros inferiores, mas será que as lesões em atletas das duas modalidades são similares?
Os dois esportes têm demandas fisiológicas diferentes. No futebol, o corpo precisa de muita estabilização e potência muscular. “Além de ser um esporte de contato, o futebol tem a corrida em várias direções, com acelerações e desacelerações. Isso pede bastante mobilidade e agilidade dos músculos e articulações. Já a corrida ‘pura’ tem demandas fisiológicas diferentes. Precisa de tudo isso, mas exige dos mesmos grupos o tempo todo”, explica o personal e maratonista (SP), Rogério Sthanke.
Os estiramentos musculares são comuns a praticantes dos dois esportes. “É quando acontece a ruptura parcial ou total de um músculo por um esforço excessivo, ou treinamento de tiro, por exemplo”, explica o doutor Sérgio Maurício, ortopedista especialista em joelho e maratonista.
Outro motivo desta lesão, que vai de grau 1 a 3 (de leve a grave) é a fadiga muscular, decorrente de esforço exagerado sequencial. O atleta sente na hora uma dor aguda.
“É como se estivesse rasgando a região que machucou. No futebol, isso acontece mais na coxa e no posterior da coxa. Na corrida, no posterior da coxa e na panturrilha”, diz o médico. Foi essa a lesão do russo Alan Dzagoev já no primeiro jogo da Copa de 2018 entre Rússia e Arábia Saudita.
O tratamento é feito com medicação, repouso e fisioterapia. Como se trata de uma lesão local, em alguns casos é possível praticar modalidades que exigem outros grupos musculares, para não perder o condicionamento aeróbico.
As torções são lesões em atletas das duas modalidades. Mas com algumas diferenças. “A entorse de tornozelo é a mais comum no futebol. Não é tão comum na corrida convencional, mas bastante frequente nas de montanha, onde o terreno é irregular e exige uma boa mobilidade de tornozelo”, explica o ortopedista Sergio Mauricio.
As torções de joelho são mais raras entre corredores, mas uma ocorrência razoavelmente comum no futebol. Mas nas duas regiões, dependendo da gravidade, o fato pode levar a uma lesão nos ligamentos – no joelho, o ligamento cruzado anterior é mais vulnerável, mas a recuperação costuma ser mais rápida.
Quando a lesão é no ligamento patelar, como aconteceu com o brasileiro Ronaldo, o processo de reabilitação pode ser mais demorado.
As fraturas por estresse ocorrem, geralmente, quando o atleta excede a carga de atividades para o qual está preparado. Nos dois esportes, a lesão é mais comum nos pés e na tíbia. Outro fator apontado como causa para esse tipo de lesão é a deficiência de vitamina D, utilizada pelo organismo para o metabolismo do cálcio nos ossos.
São comuns nos atletas; cerca de de 5 a 10% das lesões em esportes são devido ao estresse e sobrecarga. São de difícil diagnóstico. Para descobrir se o atleta está lesionado os exames indicados são a tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
A pubalgia é uma das lesões mais temidas por atletas profissionais e amadores. Nos campos, foi responsável por abreviar a carreira de Kaká, por exemplo. Geralmente é decorrente do desequilíbrio de forças entre os adutores e a musculatura abdominal.
“Esse quadro é de difícil tratamento e é reincidente em muitos atletas. Todo atleta tem medo ter a pubalgia, porque ela é uma dessas lesões de atletas que diminui o rendimento e pode acabar com a carreira de um jogador de futebol”, comenta o ortopedista.
Assim como as entorses de tornozelo, esta lesão é mais comum em corredores de trilha, pelo mesmo problema de desequilíbrio de forças, do que em atletas que treinam na rua.
Os atletas que correm no asfalto são mais propensos a um outro tipo de problema causado pela falta de fortalecimento do core, a dor lombar. “Quando acontece, é em relação a um cansaço muscular, mas mais pela absorção do impacto repetitivo, do que algum tipo de lesão na região. É mais sobre fazer o mesmo esforço na mesma direção por muito tempo”.
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