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Você já deve ter ouvido, alguma vez, o ditado que diz que para avançar, às vezes é preciso dar alguns passos para traz. Para evoluir na corrida você pode usar essa premissa à risca. Com a corrida de costas (ou reversa), você melhora o desenvolvimento do ritmo, da consciência espacial, da lateralidade, do equilíbrio e da coordenação, fatores que ajudam a corrida tradicional. Isso porque ela desenvolve o equilíbrio muscular, o que favorece a coordenação e o controle corporal.
Para que você entenda, quando faz apenas movimentos para frente, você mostra ao músculo o que ele já está acostumado a fazer. Quando faz o oposto, no entanto, aplica uma atividade que requer melhor e maior organização neuromuscular do corpo, fazendo com que ele evolua. Mais: passadas para trás também estimulam e sincronizam os hemisférios cerebrais, melhoram a postura e desenvolvem a visão periférica. E ela propicia novos estímulos, fazendo uma bagunça cerebral e forçando todas as estruturas nervosas a se reorganizarem.
A corrida de costas ainda movimenta outras regiões do corpo de forma diferenciada. Como as passadas para frente, a marcha reversa trabalha bastante as coxas, mas aqui ela passa a agir como propulsora do movimento. Já a panturrilha, os posteriores da coxa e os glúteos agem como estabilizadores, inversamente ao que ocorre na corrida. Além disso, as articulações dos joelhos são menos comprimidas, já que a distribuição do impacto da pisada acontece de forma diferente. Os pés tocam o solo principalmente com a ponta. Dessa forma, o joelho fica semiflexionado e o quadril tem um movimento harmonioso.
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É por isso, também, que a atividade é tida como um trabalho preventivo para o joelho. Na maior parte dos treinos de corrida de rua você encontra descidas pelo caminho, quando é preciso fazer força para descer freando o movimento, o que pode sobrecarregar a articulação. Com o educativo da corrida de costas, o movimento feito é muito parecido com corrida na descida, flexionando bem o joelho e fazendo força para ter a propulsão para trás. Assim, o exercício ajuda a evitar lesões, pois o corpo já está acostumado com as exigências em declives.
Fique esperto
É preciso ter certo cuidado e atenção na hora de começar a praticar a corrida de costas, já que quando se começa a executar a marcha reversiva, é comum que o praticante sofra quedas controladas, por conta deslocamento do seu centro de gravidade para trás.
E não precisa exagerar nos treino. Correr de costas duas vezes na semana já está ótimo. Inclua o exercício na rotina como parte do seu aquecimento. Logo após os 10 minutos iniciais de corrida, com um trote leve, corra de costas três vezes de 10 m, dando um intervalo de 30s entre cada estímulo, quando você deve caminhar normalmente.
Em tempo: a corrida de costas não é indicada para pessoas com labirintite, hérnia ou protrusão de disco, por conta dos movimentos que a prática exige.
(Fonte: Renato Atila, líder do grupo de corrida da Cia Athletica, unidade Anália Franco – São Paulo)
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