Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Um tratamento que vem ganhando popularidade no exterior para a recuperação de lesões musculares e ligamentares não pode ser adotado por atletas brasileiros: o PRP, sigla para : Plasma Rico em Plaquetas ou Platelet Rich Plasma. O procedimento ainda não foi autorizado pelo Conselho Federal de Medicina e, pelas normas da Anvisa, pode ser aplicado apenas em caráter experimental.
O PRP se baseia em uma combinação específica de dois conjuntos de estruturas sanguíneas: as plaquetas, células com fatores de crescimento que atuam na resposta inflamatória, na coagulação sanguínea e na cicatrização; e o plasma, porção líquida do sangue que atua principalmente no transporte de substâncias.
Para o tratamento, são utilizadas amostras de plasma com concentração de plaquetas até cinco vezes maior do que a normal, apostando que essa grande concentração de plaquetas auxiliará na recuperação do tecido muscular ou ligamentar contundido.
Atletas como o golfista Tiger Woods, o tenista Rafael Nadal e o jogador de futebol Neymar já recorreram ao tratamento na esperança de aceleraram suas recuperações.
O tratamento se baseia na aplicação de PRP do próprio paciente. A substância é criada a partir da centrifugação de uma amostra de sangue que separa as células sanguíneas e ajuda a aumentar a concentração das plaquetas.
Devido ao risco de rejeição, é de suma importância que o procedimento seja autólogo, ou seja, o PRP injetado deve ser extraído do sangue do próprio indivíduo submetido ao tratamento.
Alguns estudos apontam que a eficácia do tratamento com PRP varia de acordo com o local e o tipo de lesão. Segundo um trabalho publicado no American Journal of Sports Medicine e no The Journal of American Medical Association, por exemplo, a epicondilite (lesão no cotovelo), apresenta melhor resposta ao tratamento se comparada com lesões no tendão de Aquiles.
Outro fator que influenciaria sua eficiência é o tipo de lesão. Uma lesão aguda – proveniente de uma queda, por exemplo – tem evolução diferente de um caso crônico como uma artrose.
Apesar de o tratamento ganhar popularidade no exterior, o tratamento com PRP ainda não foi autorizado no Brasil pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
“Existe toda uma preocupação com a segurança no preparo para que não haja possibilidade de se passar uma doença transmissível através desse componente ou de causar alguma reação inesperada num paciente se ele for mal preparado ou mal acondicionado” alega o especialista em Hematologia e Hemoterapia Luís Henrique Mascarenhas, em depoimento reproduzido no site da entidade.
Em nota oficial, a Associação Brasileira de Hematologia Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) alinhou-se ao CFM: “A ABHH reitera o posicionamento do CFM [Conselho Federal de Medicina] e reforça que o PRP não possui evidências científicas suficientes para a sua utilização e nem de sua eficácia, podendo trazer riscos à saúde do paciente”.
Embora já tenham estudos publicados em veículos prestigiados como o Journal of the American Academy of Dermatolgy, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza sua utilização apenas para caráter experimental.
Como pode ser utilizado apenas em caráter experimental, o tratamento não costuma ser custeado pelos convênios.
Além dos casos já citados, intimamente ligados ao meio esportivo, outras áreas já demonstraram resultados positivos em relação ao uso do PRP. Na odontologia, por exemplo, o método é utilizado para reparo tecidual em enxertos ósseos.
Na dermatologia, o procedimento está sendo avaliado em pessoas com alopécia, quadro que ocasiona queda de cabelo. O PRP tem sido usado nesses casos com intuito de estimular o folículo piloso, fortificando a raiz capilar.
Compartilhar link