Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Ao tentar melhorar o desempenho em provas, alguns corredores exageram na intensidade dos treinos e não respeitam um período adequado de descanso. A atividade é tão intensa que os músculos não conseguem se recuperar entre um treino e outro, e o resultado é um cansaço intenso, conhecido como Síndrome de Overtraining.
A diferença entre o cansaço simples e cansaço excessivo, a Síndrome do Overtraining, é que o primeiro pode ser eliminado com atividades relaxantes, enquanto o segundo exige que o atleta pare por um tempo e depois recomece do zero.
Por estar em estado de exaustão física e psicológica, o atleta com a Síndrome de Overtraining sofre com as sequelas físicas provocadas pela overdose de treinos, como dores musculares, aumento da frequência cardíaca, aumento da tolerância e a perda de rendimento.
Além disso, há também efeitos emocionais, que vão de angústia e depressão à sensação de incompetência, passando por sintomas como ansiedade, irritabilidade excessiva, apatia, diminuição da libido, dúvida quanto a si mesmo, apatia e raiva prolongada.
Há também a possibilidade de o treino ter alcançado um valor muito alto na vida da pessoa, tornando-se a sua fonte única de prazer, nesses casos é como se o atleta dependesse do treino para se sentir bem.
Até então, apenas atletas profissionais apresentavam a Síndrome do Overtraining. Atualmente, esse problema tem se tornado comum entre amadores.
Uma pesquisa do Centro de Estudo em Psicobiologia do Exercício, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), apoiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), identificou que 28% dos atletas brasileiros profissionais ou recreacionistas são viciados na prática de exercícios.
Normalmente o corredor aumenta a quantidade de treino com a crença de que, assim, melhorará sua performance. Porém, a sensação que se tem é de que, quanto mais se treina, pior o desempenho fica.
O programa de reabilitação prevê redução da carga de treinamento e descanso por pelo menos duas semanas, mas, dependendo da gravidade, o caso pode exigir um afastamento completo dos treinos por até seis meses.
Nesse período, além do repouso, é importante investir numa dieta com alto valor nutritivo e rica em vitamina E, nutriente parcialmente responsável pela regeneração de todos os tecidos do corpo, incluindo sangue, pele, ossos, músculos e nervos, ajudando de forma significativa a reduzir os sintomas da Síndrome do Overtraining.
A vitamina E aparece naturalmente em alimentos de origem vegetal, principalmente nos legumes e verduras verde-escuros, nas sementes oleaginosas (nozes, amêndoas, avelã, castanha-do-pará), nos óleos vegetais (amendoim, soja, palma, milho, cártamo, girassol) e no gérmen de trigo.
Também pode ser encontrada em alimentos de origem animal, como gema de ovo e fígado.
O retorno aos treinos deve ser gradual, a partir de um novo planejamento. Dependendo do caso, a troca de uma atividade pesada por uma atividade mais leve e relaxante, pode resolver. Por exemplo, trocar a corrida por um treino na piscina.
Apesar de muita gente achar que a Síndrome do Overtraining é exclusividade de atletas de elite, o problema pode aparecer para corredores amadores. Basta não descansar o suficiente para que, em algum tempo, o organismo entre em colapso.
*Fontes: Carla Di Pierro, psicóloga clínica e esportiva.
Compartilhar link