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Desde que Ronaldo da Costa bateu o recorde mundial na Maratona de Berlim em 1998 — passando a primeira metade em 1h04min42s e a segunda em 1h01min43s —, um novo horizonte se abriu no universo dos 42 km. Trata-se da capacidade de realizar uma primeira parcial mais contida e apertar o passo nos últimos 21 km.
Adauto Domingues, treinador de Marilson Gomes, indica essa técnica chamada de split negativo para provas em que a altimetria é mais acentuada no início: “Em um percurso com subidas nos primeiros 21 km, poupe energia e acelere de forma natural na segunda metade”, recomenda.
Quando a prova é predominantemente plana, Adauto prefere a constância. “Aí, a melhor estratégia é encontrar um ritmo confortável e manter a regularidade.”
Como treinar?
Adauto indica treinos de tiros e fartlek para desenvolver a capacidade do organismo de suportar o estresse e se acostumar com a situação de mudança de ritmo. O treinador aplica os exercícios com variação de distância, intensidade e altimetria: “Durante esses treinos ocorrem mudanças químicas no corpo, que precisa aprender a lidar com a situação de dificuldade”. Ele indica tiros com tempo decrescente. “Se vai fazer dez tiros de 400 metros a 1min40s, o último deverá ser realizado em 1min30s, por exemplo. Isso prepara o corredor física e psicologicamente.”
Quando treinar?
Esses treinos específicos devem ser feitos na fase chamada de preparatório II, após o período básico, normalmente feito no início do ano e antes do período pré-competitivo. “Nessa época o corredor está mais apto a desenvolver velocidade e exigir mais de sua condição cardiorrespiratória”, explica.
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