Na mitologia grega, o único ponto vulnerável do herói Aquiles era o seu tendão calcâneo, que por função conecta a musculatura da panturrilha ao osso do calcanhar. Para os corredores na modernidade, o local também pode ser um problema. A lesão no tendão de Aquiles é muito comum em atletas amadores, por conta dos movimentos repetitivos realizados durante a atividade.
Além da repetição do movimento, “o tendão calcâneo pode inflamar por conta de um aumento súbito no volume ou intensidade da prática esportiva”, explica o médico fisiatra, Marcus Yu Bin Pai.
Incômodos no tendão de Aquiles também podem ser resultado de fraqueza muscular, má postura durante a corrida, falta de alongamentos e repouso inadequado.
O sintoma inicial da inflamação é a dor na base do calcanhar ou na fáscia plantar, mas, geralmente, ela aparece certo tempo depois do término da atividade física, quando o corpo já “esfriou”.
“Não é incomum que o atleta esteja lesionando a região durante a corrida e sequer perceba. A musculatura aquecida dificulta a percepção. Porém, algumas horas depois, o corredor deve sentir choques e dor ao pisar no chão”, explica o fisiologista Diego Leite de Barros.
Agora, apesar de raro, quando ocorre um nível alto de degradação, o tendão de Aquiles pode se romper, fazendo com que o atleta sinta um estalo seguido de uma dor aguda. Assim, inviabilizando a continuidade da atividade física.
“Quando acontece a ruptura do tendão calcâneo, a pessoa deve se deslocar o quanto antes ao pronto-socorro para fazer um exame de imagem, visando descobrir a gravidade e os próximos procedimentos — que geralmente acabam sendo cirúrgicos”, alerta Barros.
Em caso de dor leve ou moderada na região, é importante que o atleta busque consultar um médico do esporte, ortopedista ou fisiatra para que seja feita uma ressonância magnética, assim garantindo a obtenção de mais detalhes do que um exame apenas de toque.
Geralmente, o paciente é encaminhado a um fisioterapeuta, com quem deve realizar o tratamento que possui duração variada de acordo com a gravidade da lesão.
Além disso, certos profissionais da saúde indicam sessões de acupuntura e a prescrição de analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor.
O principal modo de prevenir problemas no tendão de Aquiles é realizando trabalhos de fortalecimento e alongamento, visando ganho de flexibilidade e amplitude de movimento na musculatura da fáscia plantar, na cadeia muscular posterior da perna e panturrilha.
Além disso, o fisiatra Marcus Yu Bin Pai diz “que alternar exercícios de impacto com atividades de baixo impacto, como caminhar, pedalar ou nadar” é uma medida interessante para manter o condicionamento sem sobrecarregar a região.
Atentar-se às superfícies da corrida também é importante, porque realizar a atividade em solos muito duros ou escorregadios aumentam a tensão e a carga recebida pela tendão calcâneo.
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