Quem descobre o “barato” da corrida não quer parar de correr. Essa vontade de melhorar a cada dia pode se tornar um problema se o atleta não fazer isso de forma controlada, podendo levá-lo a uma sobrecarga e, consequentemente, a lesões, interrompendo os treinamentos.
“O exercício é considerado um ‘estresse controlado’ em nosso corpo, fazendo com que ele se recupere e melhore a cada treino. Quando o exercício é realizado em excesso, ocorre uma liberação exagerada de hormônios catabólicos, como o cortisol. Em grande escala, eles promovem perda de massa muscular e stress físico e mental, reduzindo o prazer do exercício e podendo levar ao famoso overtraining”, explica o treinador Guilherme Micheski, coordenador de musculação da academia Bio Ritmo.
O overtraining é uma queda do condicionamento físico e do sistema imunológico, resultando em dores musculares constantes. O excesso de treino pode causar insônia, lesões agudas e crônicas, desequilíbrio no sistema hormonal, irritabilidade, diminuição de performance e alteração da pressão arterial.
Esses problemas não vão interferir apenas no desempenho na corrida, mas na saúde como um todo. O treinador Eduardo Bigarelli, diretor-técnico da Bigah Runner, cita alguns problemas causados pelo excesso de treino.
“O corredor tem alteração na sua vida cotidiana, perda e dificuldade de concentração e capacidade reduzida de lidar com grande quantidade de informações”.
Na corrida, a capacidade de rendimento máximo é diminuída e o corredor precisa de mais tempo para recuperação, o que irá prejudicar a programação natural dos treinos. O lado psicológico é outro afetado. As possíveis consequências do overtraining são: fadiga mental constante, apetite reduzido, depressão, distúrbios do sono, auto-estima diminuída e instabilidade emocional.
Descanse!
Por tudo citado acima, o descanso é sempre o “treino” mais importante da sua planilha. É nele que você consegue reequilibrar os fatores físicos, fisiológicos e psicológicos.
“Durante a recuperação, é gerada uma nova zona de conforto superior à anterior, fazendo com que o atleta sinta uma melhora em seu condicionamento, aumento do VO2, adaptação músculo-esquelética e cardiorrespiratória”, finaliza Micheski.
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