Após décadas de escândalos de doping no ciclismo, ainda vivemos uma época cética em que muitos não confiam no sucesso esportivo por meios lícitos. Porém, mesmo carregando uma mancha dos que antes foram considerados heróis ou, pelo menos, atletas incríveis, devemos reconhecer que este esporte é um dos mais limpos ou o mais limpo de todos.
Hã??? Que absurdo é esse??
Isso pode ser argumentado com base no número de controles dentro e fora das competições, o sistema de localização de atletas e o passaporte biológico realizado sistematicamente. Embora reconhecendo que o doping é muito presente e que novas formas de burlar as regras são constantemente reinventadas, uma era promissora está sendo construída para os ciclistas.
Apesar dessas melhorias objetivas, ainda existe muita falta de credibilidade com os que vencem, sendo mais recente o do britânico Chris Froome, que por diversas vezes foi ofendido durante o Tour de France. Ele como outros ciclistas são colocados à prova por demonstrarem desempenhos significativamente superiores, não bastando colocar à disposição seus dados de potência e fisiológicos.
Sua equipe publicou parcialmente alguns dados para justiçar um trabalho limpo e honesto. Em meio à caça às bruxas, há de se pensar que outra modalidade faz, com tanta veemência, essa busca incessante por dados e os torna público?
Além disso, tornando os dados públicos, há muita especulação e desinformação que geram um impacto negativo para o próprio ciclismo. Mas calma… Sem censura. Acredito que os dados e a sua análise são realmente úteis e podem explicar parte do desempenho dos atletas, mas existem muitas outras variáveis que também contribuem para o desempenho.
E se ampliarmos esse repertório, chegaremos no conjunto das variáveis psicológicas, somadas às capacidades físicas – variáveis fisiológicas, técnica, tática, que sozinhas respondem muito pouco pelo desempenho. Por exemplo, com apenas uma avaliação do percentual de gordura, do consumo de oxigênio, alguma informação de competição, analisados sem levar em consideração o contexto esportivo e as inúmeras variáveis que interferem direta ou indiretamente, podemos errar numa grande margem. Por isso, acredito que os ciclistas e treinadores que utilizam dados isolados devem também ampliar as suas próprias análises e interpretações, serem cautelosos e sérios, e ao se depararem com dificuldades consultar outros atletas e profissionais.
Diante de toda essa dificuldade em interpretar esses dados no emaranhado universo do desempenho esportivo, tonar público alguns números de atletas, nem de longe responde os porquês do seu desempenho final. O risco de má interpretação e descontextualizacão, intencionalmente ou não, é muito perigoso. Mas, em muitos momentos, a vontade conhecer os números dos grandes ciclistas é enorme, independentemente das consequências.
Qualquer seja a situação, acredito que não devemos ser escravos de quaisquer números isolados, devemos utilizar mais informações relevantes para aproximarmos da realidade, que nunca será absoluta. Portanto, somente o Vo2max alto ou um limiar de potência não ganha o Tour de France.
Boas pedaladas!
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