Não faltaram histórias, relatos, experiências práticas nem anos acompanhando corredores de todos os tipos para conseguir um bom material para este título. Por um lado, aparentemente simples, mas por outro, uma enxurrada de conceitos, teorias e explicações científicas. A verdade é que a memória muscular existe e deve ser compreendida.
Muitos acreditam que as memórias se concentram no cérebro. E isso é verdade, mas apenas uma parte delas está lá. A outra parte fica distribuída pelo nosso corpo e pode durar uma vida inteira. Como assim? Concordo que ainda não ficou claro, então vamos com calma.
Lembrar de fatos marcantes em nossas vidas é muito simples. Basta lembrarmos das coisas que mudaram nossas vidas (acontecimentos familiares, profissionais, particulares, etc.). Obviamente isso estava na nossa cabeça. Mas não podemos esquecer do que fazemos com o nosso corpo diariamente.
Certamente você não lembra de como foi seu desempenho na primeira vez que tentou escovar os dentes. Hoje em dia, você consegue fazê-lo vendo um celular, enquanto se comunica com alguém. Neste caso, de onde vem essa memória?
Após um tempo de treinos, ela fica no sistema que engloba os músculos e tudo que os mantém vivos e ativos, como nervos, vasos sanguíneos e outras estruturas de suporte, que de modo bem prático podemos chamar de memória muscular (mas também pode ser chamada de memória motora, entre outras denominações). Por exemplo, é ela que nos faz andar sem pensar na quantidade de força que precisamos fazer em cada articulação do corpo (já pensou?).
Indo mais além, sabemos que uma pessoa atualmente sedentária há vários anos, mas com um passado (mesmo que longínquo) fisicamente ativo, consegue desenvolver um condicionamento físico mais rápido e em menor espaço de tempo treinando quando comparada a uma pessoa sem nenhum histórico de práticas físicas.
Isso acontece porque o corpo do primeiro indivíduo já sabe o caminho que precisa seguir para desenvolver músculos e melhorar seus suprimentos, ou seja, as informações estão memorizadas nas fibras musculares e nos seus sistemas de apoio.
Agora, falando sobre corrida, é possível entender como alguns atletas mais experientes conseguem treinar bem menos e ter resultados mais expressivos que os iniciantes que treinam muito mais. Na prática, é a diferença entre os treinos para a primeira e a décima prova de mesma distância (quando não se pensa em baixar o tempo).
As fibras musculares do corredor experiente são mais desenvolvidas para resistência, seu aporte sanguíneo é mais desenvolvido, as trocas de gases e nutrientes entre o sangue e as fibras musculares é mais eficiente, o controle dos nervos é mais sutil, o gasto energético é menor e consequentemente o músculo esquenta menos, cansa mais lentamente e ainda tem uma reserva para quando precisar fazer mais força ainda!
Isso tudo é a memória do corpo e raramente ele esquece. A única coisa que pode realmente tirá-la é alguma lesão mais séria, que gera um monte de compensações no corpo todo, criando a memória da dor. E esta, sim, precisa ser combatida para que não atrapalhe o nosso rendimento (por isso as lesões são pesadelos para muitos atletas).
Para finalizar: agora você deve entender por que a maioria dos maratonistas amadores possuem em média uma idade maior que os participantes de provas mais curtas ou porque alguns terminam uma maratona e na mesma semana já estão fazendo treinos fortes enquanto outros mal conseguem fazer uma caminhada (foi o meu caso, rs).
Portanto, que tal desenvolver um pouco mais da sua memória muscular agora?
Vamos combater o “Alzheimer muscular” (rs)!
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