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Participo de corridas de rua desde 2011 sempre com o objetivo de me divertir. Aumentar volume e intensidade eram consequência dessa atividade prazerosa. A maratona nunca foi uma meta para mim, mas sabia que, cedo ou tarde, eu teria necessidade de me desafiar na distância. Não sabia o quanto tempo demoraria; deixei meu corpo avisar ao manter minha participação assídua em provas de 21k.
Fiz minha primeira meia-maratona em 2014, durante um Ironman 70.3 em Pescara, Itália. Depois dela, corri algumas provas boas e outras, nem tanto. Ter um desempenho bom ou ruim faz parte. O problema são as lesões: apesar de terem me atrapalhado um pouco nestes quatro anos, nenhuma delas me afastou do esporte por muito tempo.
Escolhi a Maratona de São Paulo, onde moro, para facilitar ao máximo as questões de logísticas, mesmo sabendo que existiam percursos mais planos. Nos educativos, foquei nas lesões que já haviam me incomodado antes e que foram mais graves: tendinopatia dos flexores do joelho direito e condromalácia do joelho direito. Quem já teve uma lesão precisa mudar a biomecânica (a postura e os movimentos específicos na corrida) e caprichar em treinos de fortalecimento, além de um tratamento preventivo. Caso contrário, há boas chances de ser assombrado pela mesma lesão.
Quanto ao tipo de alimentação para a maratona, não tive problemas. No meu consultório, 60 a 70% dos meus pacientes são atletas de endurance. Já sabia exatamente o que comer antes, durante e depois dos treinos. As planilhas são outro ponto à parte. Conheço treinadores que chegam a passar até 100 km de corrida na semana de pico para a maratona, enquanto outros orientam até 70 km. Quem está certo? Depende. Existem atletas que ganham desempenho treinando mais, enquanto outros podem se sentir mais desgastados, sem tempo hábil para a recuperação para o próximo treino. Não existe planilha perfeita – quem segue a estratégia de passar muito volume acertará com alguns atletas, errar com outros e vice-versa. Lógico, precisa saber dosar essa carga: não adianta trabalhar um volume muito baixo para maratona, que você vai “quebrar”. Como estava focado na maratona, dei uma pausa na natação e no ciclismo. Escolhi um treinador que costuma passar menos volume, pois os compromissos profissionais, pessoais e ainda acompanhar a filhota de 4 anos me tomavam muito tempo.
O sono foi o fator que mais pesou na preparação. Fui regrado, e dormi 7h por noite (antes dormia de 5h a 6h) e isso fez uma diferença muito grande. Acordava melhor, mais disposto e me sentia recuperado para os próximos treinos. Na noite antes da prova, jantei um peixe grelhado com muito macarrão e depois comecei a me hidratar com isotônicos e água na mesma proporção.
Acordei bem disposto para o grande dia. Tudo estava dentro do planejado e só faltava separar a suplementação para largar. Logo no km 2, topei com um buraco na rua e torci o tornozelo direito. Fiquei levemente dolorido e segui em frente – o que me ajudou muito foi a energia do pessoal na prova. No km 29 a dor me pegou de jeito e decidi caminhar para melhorar a dor. Na volta ao trote, veio junto a dor. Meus últimos 12 km foram um pouco sofridos, mas consegui chegar. Mistura de alegria e alívio!
O aprendizado: mesmo com um planejamento perfeito, algumas situações de prova podem colocar o seu desempenho e até mesmo a sua conclusão em risco. Temos que estar preparados pra tudo. Única coisa que mudaria nessa preparação é variar os pares de tênis. Utilizei na maior parte do tempo um par apenas, e acho que o ideal seria ter três opções para testar no treinamento.
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