Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Desde que me conheço uso redes sociais. Começou em meados dos anos 2000 com Orkut, Twitter, Facebook e Instagram. Na mesma velocidade que elas se elevaram, outro filão veio na esteira: as mídias sociais. Vejam que separo redes e mídias como duas coisas distintas.
Vivemos uma era em que é mais importante parecer do que ser. Essa pressão pela imagem, que muitas vezes extrapola o narcisismo, está presente cada vez mais nas corridas. E não é novidade que de tempos para cá, infelizmente, é mais importante aparecer e parecer do que correr.
Nada contra quem quer e gosta de compartilhar seu dia a dia de treinos, postar suas competições, seus equipamentos. Eu, particularmente, adoro compartilhar – isso me motiva a não perder meus treinos. Mas tento não deixar que a pressão externa da internet pressione meu lado corredor.
Talvez, no meu caso, seja resquício por competir antes de existir internet, quando aquele ‘treino matador sub-pace amigo-caveira’ feito com sucesso era guardado para mim e para meu treinador. Entendo que o mundo evoluiu e esse estilo de vida está presente, é irreversível e temos que acompanhar às tendências. Mas, isso não quer dizer que não devemos impor limites.
Já ouvi casos de pessoas que abortaram seus treinos pois o GPS perdeu o sinal e assim não seria possível compartilhar com amigos e desconhecidos em redes sociais.
A cultura corrida-treino-exposição se intensificou nesta década com o desenvolvimento do smartphone, que no Brasil só tem quase 10 anos. Mas a corrida em sua essência está imutável há décadas. Correr é um ato de colocar um pé na frente do outro, como lembrou um amigo, “se possível cada vez mais rápido se possível”, salientou.
Reitero, nada tenho contra quem quer utilizar as redes e mídias sociais, mas é preciso acender um sinal de alerta quando extrapolam-se limites.
Já li a frase que “desistir não era a opção”. E não confundamos a pressão por desistir, simplesmente, por precisar sair para correr no frio ou chuva, daquele desistir porque você não está bem ou realmente indisposto.
Neste último caso, desistir, é sim, uma obrigação! Às favas o que vão pensar!
“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”, disse Caetano.
‘Show me, don’t tell me’, já cantou o poeta.
Compartilhar link