“To see the world, things dangerous to come to, to see behind walls, draw closer, to find each other, and to feel. That is the purpose of life.” ― James Thurber (na tradução livre: “Para ver o mundo, as coisas perigosas que virão, para ver por trás dos muros, se aproximar, para encontrar o outro, e para sentir. Esse é o sentido da vida.”)
Já tinha sido impactada pela frase. Me tocou. E, ontem, fui apresentada ao filme – The secret life of Walter Mitty (lincar)… recomendo, altamente inspirador.
Então, o exercício de hoje envolveu analisar minha real entrega ao meu sonho e aos perigos da vida. Meu senso crítico apurado e a recente confirmação de que já não sou mais criança, me fazem crer que posso confiar na minha autoavaliação. Nota 9. Porque sempre tem o que melhorar.
Mas também porque tenho feito um excelente trabalho. Tem dias muito difíceis, tem semanas que me sinto em uma “Brasil Ride” (referência de sofrimento absoluto), lutando pela sobrevivência na marra, teimosa que sou.
Nos momentos em que dá vontade de parar, largar tudo, desistir: respirar, e, mesmo cambaleando, continuar andando. “Vamos sair daqui, e vai ser indo pra frente”.
Eu sei desistir, mas eu também sei seguir. FORWARD. Tem reclamações, mas sempre com bom humor. Uma ranzinza alegre, costumo estar assim nos meus dias de trabalho. Um jeito meu de fazer a tal da “limonada”.
Para muitos, e para o Walter Mitty, essa frase significou sair da zona de conforto da vida pacata de “casa – trabalho – casa” e partir para uma aventura pelo mundo.
Pra mim, perigo é correr o risco de ficar presa em uma gaiola, em um conceito, em um título. É depender de elevador para chegar na minha casa, é viver encaixotada em uma selva de concreto, é perder tempo no trânsito todos os dias. É não ter escudos para me defender da agressão pseudo invisível dos mais desencontrados, de tão enfraquecida que fico.
E eu preciso controlar o meu desejo – se não impulso – de sair me aventurando. De fugir dessa loucura, ir para o incerto, para onde eu mais me sinto à vontade. De ser quem eu sou… ser livre para CRIAR.
Prefiro estar ao lado de uma excelente companhia, mas não dependo disso. O caminho também cria relações. Toda essa vontade, porém, não está sendo desperdiçada. Ela está me transformando, e eu quero muito, muito viver para ver aonde ela vai me levar.
Finalmente, tudo está mais claro, as ideias estão alinhadas com o sentimento, com os gestos. Na verdade, não é um “finalmente”. Sinto-me no começo.
Sim, estou completamente entregue ao sonho, trabalhando em força total para concretizá-lo. E, assim, realizo partes dele, a cada dia, mesmo nos dias em que acordo com a sensação de ter dormido abraçada a uma criptonita. Esses dias são muito difíceis, mas eu escolho continuar seguindo em frente. Dias como hoje nascem… e os frutos chegam. A vida tem propósito.
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