Por uma infelicidade destas da vida, comecei a ir para a escola pela manhã, desde os 10 anos. E o sinal tocava às 7h20. Ou seja, antes das 6h30, eu tinha que estar de pé. Um professor me disse que fazer as crianças acordarem cedo era uma maneira de já inseri-las na sociedade de trabalho, no capitalismo (quase virei comunista por conta disso :D).
Se era verdade, eu não sei. Só sei que odiava com todas as minhas forças acordar cedo.
Comecei a fazer esporte à tarde e à noite. E passei a acordar, confortavelmente, às 7h30. Treinava vôlei, judô ou corria, sempre no final do dia ou à noite. Como todo jovem que tem mais certezas do que dúvidas, era categórico: “Se algum dia tiver que acordar cedo para treinar, paro com os esportes. Não vou conseguir”.
Mas minha previsão estava errada (aliás, por incrível que possa parecer, como diversas outras que fiz na minha adolescência/juventude). Comecei a namorar, cortei baladas, casei, cortei mais um pouquinho, tive dois filhos e ai não rolava mais mesmo… Virei um madrugador.
Adoro treinar cedo, quanto mais cedo melhor. Nada como a sensação de começar a trabalhar já tendo praticado esporte. Ou, voltar para casa depois de um treino de final de semana, na hora em que seus filhos estão acordando. Ter todo um dia pela frente.
Tá, sou normal e tenho minha preguicinha de levantar de vez em quando. Principalmente, no frio. Mas, nem uma única vez deixei a preguiça me derrotar. E nunca me arrependi de ter ido correr. Sempre, terminando mais feliz do que quando comecei!
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