Atletas que têm alta intensidade de treino são cada dia mais comuns. Se fizermos uma análise da quantidade de atletas que correm provas longas, vamos notar que vêm crescendo exponencialmente nos últimos anos. O que era um grupo muito seleto e reduzido até uns anos atrás vem ganhando peso ano a ano.
Com base nesse crescimento podemos fazer algumas perguntas. Será que corridas de longa e ultradistância são para qualquer um? Será que o número de pessoas realmente preparadas para essas provas é tão grande quanto ou são pouquíssimos aqueles que conseguem realizar esse tipo de prova com sucesso?
Vivemos o momento do “VAI LÁ E FAZ!”. Mas não é realmente assim que a coisa funciona. Provas de longa duração não são para qualquer corredor e é muito importante, antes de se lançar nesses desafios, saber se eles são adequados ou não para você. Levando em consideração esse pensamento, todo corredor deveria analisar sua real condição física e fisiológica para saber se é apto a correr grandes distâncias.
Observemos provas como as maratonas de Chicago, Nova York e Berlim, que chegam a ter mais de 50 mil corredores em suas largadas. Acredito que, destes, um grupo muito seleto, de cerca de 10%, está consciente e preparado para buscar bons desempenhos.
Nas ultramaratonas alguns anos atrás, me lembro de que 100 era o número máximo de atletas largando. Agora essas provas contam com muito mais participantes — dos quais grande parte se lança a desafios de testar os limites da mente e do corpo e não de fazer uma prova extrema, mas sem riscos.
Muitas vezes os corredores não entendem que fazer o que grandes atletas de endurance realizam é muito difícil, ainda mais sem risco de lesão ou mesmo overtraining.
Acredito que a receita ideal para se ter uma vida longínqua na prática da corrida é alternar momentos, ou anos de treinamento, entre provas de distâncias menores, como os 10 km, e corridas longas, como meias-maratonas e maratonas.
Os treinos para as provas longas são maçantes e podem, sendo subsequentes, aumentar muito os riscos de que o atleta se machuque, principalmente pelo esforço repetitivo. Da mesma forma, adotar uma alta intensidade de treino para melhorar em provas de 10 km, por exemplo, pode ser altamente arriscado.
A análise biomecânica de um atleta é parâmetro importante para o sucesso. Em uma prova longa, a eficiência biomecânica, ou a qualidade de se realizar um movimento coordenado e econômico em termos de gasto energético, é fator de equilíbrio no ritmo mantido por horas de esforço. Já nas provas de intensidade, a coordenação biomecânica também é determinante na economia de energia e, principalmente, na capacidade de aumentar o ritmo com contrações mais rápidas.
Depois de avaliar todas essas ideias, escolha a dedo qual é a melhor prova para você fazer e leve sempre em consideração o princípio de alternar temporadas com focos diferentes.
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