Provas de montanha nos proporcionam aprendizados constantes. Sempre deixamos a montanha muito mais espertos. Ter passado quatro noites acampada no El Origen Aconcágua, realizado entre os dias 1 e 3 de março em trilhas entre a Argentina e o Chile, foi para mim como obter meu “Doutorado da Montanha”.
Corredora experiente que sou em provas longas disputadas em etapas – já corri seis nesse modelo – uma semana após o El Origen resolvi fazer um balanço relacionando o que deu certo e o que deu (muito) errado para mim.
E como no final é o que não deu certo que realmente interessa, vamos lá:
A-d-o-r-o a minha mini camp Aztek. É leve (1,9 kg) e fácil de montar (uma única vareta). Embora em teoria comporte duas pessoas – ainda que dois pigmeus, na prática cabe apenas uma e uma mala minimalista. Meus specks de alumínio não eram adequados para o solo extremamente duro de Portillo. Tive que improvisar na hora de montá-la pedindo pregos especiais para a organização.
Aprenzidado
É sempre bom tentar conferir o solo antes de acampar. Dei muita sorte em conseguir os pregos. A barraca ficou em pé, mas longe de estar perfeitamente armada, o que é um transtorno, pois ela fica “mole” e acaba deixando o ar frio entrar. A temperatura bateu os -3◦C. Acordei todos os dias congelada.
Em vez do meu tradicional thermarest (mini colchão autoinflável), resolvi levar um colchão inflável “de verdade” para garantir uma boa noite de sono na esperança de atingir, assim, uma melhor recuperação. O colchão era enorme. Tomou todo o espaço da barraca. Além de me sentir dormindo em um aparelho de tomografia, só consegui guardar minha mala porque minha querida amiga e vizinha Paty Andrade cedeu espaço na varanda da sua barraca.
Verificar se, utilizando um colchão desse tamanho, você terá espaço para se movimentar e guardar seus equipamentos. Ele também perde ar e você se sente dormindo em uma cama d’água. Um trambolho que está para sempre banido das minhas provas.
Resolvi dividir todas as minhas coisas em coloridos kits organizadores. Se a minha barraca tivesse espaço, teria sido o máximo.
Os kits organizadores são válidos e tiveram o seu valor. Mas, como a minha barraca virou um casulo claustrofóbico, para achar qualquer coisa tive que apelar para São Longuinho. Se houvesse mais espaço essa organização teria funcionado melhor.
Embora tenha passado três semanas organizando a minha mala, ela passou longe, mas muito longe da perfeição. Leia-se: levei coisas demais, tanto que paguei excesso de bagagem já na ida.
Menos realmente é mais. Para acampar com conforto é preciso saber se desapegar e entender exatamente o que é necessário e o que “você acha que é necessário”.
Bom, agora com esse “Doutorado” só me resta testar esse aprendizado todo na prática na próxima.
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