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Estamos em época de Giro d’Itália. E o que vai determinar o dono da maglia rosa são as montanhas. É inevitável!
Muitas vezes, pode parecer que pedalar em pé é uma boa opção, mas isso só é verdade quando o terreno tem inclinação maior do que 7%. Do contrário, pode não ser a melhor estratégia. A maioria dos ciclistas mais experientes sabe que pedalar em pé quando não é preciso gera um maior custo de energia. Além disso, a queda que se observa na cadência de pedalada afeta a produção de potência, o que afeta a velocidade.
A influência da posição de pedalada em pé comparada com a pedalada sentada sobre o custo mecânico e o custo energético de ciclistas de elite foi verificada em um estudo recente de um grupo que trabalha com a equipe protour Groupama–FDJ. 13 ciclistas profissionais realizaram três repetições de séries de dois minutos de pedalada, alternando 30 segundos na posição em pé com 30 segundos na posição sentada.
Essas séries foram realizadas em uma esteira para ciclismo, que se movia simulando diferentes inclinações do terreno. Eles encontraram um custo mecânico, em média, 4,3% maior na pedalada em pé comparada com a pedalada sentado, considerando todas as intensidades e inclinações testadas. Contudo, o custo energético não foi afetado de maneira significativa pela mudança na posição.
Na posição em pé, os ciclistas enfrentavam maior resistência de rolagem e tiveram maior movimentação lateral da bicicleta. Esses dois resultados estão relacionados, pois a maior resistência de rolagem resultou da maior movimentação lateral da bicicleta (balanço) e do deslocamento à frente do centro de massa do complexo “bicicleta + ciclista”, em comparação com a posição sentada.
Os resultados desse estudo têm duas implicações interessantes para a prática. Primeiro, fabricantes de pneus devem pensar em produtos que tenham uma maior área de menor resistência de rolagem e que sirvam para provas com subidas íngremes. Além disso, o ciclista que pedala em pé deve buscar minimizar esses deslocamentos laterais da bicicleta, que acabam por aumentar a resistência de rolagem, exigindo maior produção de potência.
Reduzindo esse custo mecânico, o nível de dificuldade para vencer as subidas pode ser melhor e quem sabe o atleta consiga imprimir um ritmo maior. Então, se for enfrentar uma subida, tente ao máximo manter a postura sentado, e se isso não for possível, tente evitar ao máximo a movimentação lateral da bicicleta para que a área de contato do pneu com o solo minimize a resistência de rolagem.
>> Referências:
Bouillod A, Pinot J, Valade A, Cassirame J, Soto-Romero G, Grappe F. Influence of standing position on mechanical and energy costs in uphill cycling. J Biomech. 2018;27(72):99-105.
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