Como organizar o plano B diante do coronavírus

Atualizado em 09 de março de 2020
Mais em Corrida de Rua

Se o sinal amarelo tinha acendido quando falamos do cancelamento da corrida amadora da Maratona de Tóquio e da necessidade do corredor ter que formular um provável novo planejamento de seu calendário e/ou logística, o que era um suposto Plano B, agora o momento já está pedindo com urgência para o corredor que tem prova programada no exterior colocar em prática o plano B, C, ou até mesmo, um Z, já que a luz amarela piscou três vezes e a vermelha pode acender em breve.

Hong Kong avisou o cancelamento com um mês de antecedência, Tóquio com duas semanas, mas a Meia de Paris, ulálála!, cravou o desrespeito-master com os corredores. Prova marcada para um domingo, dia 1º de março, sábado, 29 de fevereiro neste ano bissexto, mais de 30 mil corredores se dirigiram ao pavilhão de entrega do kit da corrida em ambiente fechado.

Então, a organização da Meia de Paris divulgou no Instagram um COMUNIQUE (chic, né?), informando que o governo soltou uma portaria e com 16 h antes do evento acontecer impediriam grandes aglomerações públicas devido ao coronavírus. E com isso, a Meia foi cancelada.

Se antes o cancelamento era algo meio que improvável, agora provas como a Maratona de Londres já soltaram comunicados que estão monitorando a situação nestas oito semanas que faltam para a prova, como o próprio Comitê Olímpico Internacional (COI) não deu como certeza a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Outro evento profissional foi adiado de março para outubro, o Campeonato Mundial de Meia-Maratona que agora passa a ser disputado em outubro na Polônia.

Todos esses exemplos acima podem-se somar à Maratona de Paris (reprogramada para setembro) ou as já canceladas Roma, Jerusalém e tantas outras de uma lista que segue crescendo dia a dia.

https://www.instagram.com/p/B9J6hfWIXwb/

Creio que cancelamento de provas nos Estados Unidos seja uma situação meio improvável pela dinâmica do business do país, bem como a lotação máxima de seus espaços em suas grandes cidades ser um fato corriqueiro. Já na Europa e na Ásia, o aumento de casos do coronavírus já deixa o cenário mais complexo.

Hora de colocar o plano B em ação. Vai correr Londres, por exemplo? Certifique desde já como se dá o reembolso do seu investimento na viagem. Vale a pena cancelar? Ou vale a pena viajar mesmo que não for para correr?

Se for para correr, nada impede que uma situação vivida pelos participantes da Meia de Paris possa se repetir. Assim, que tal dar uma checada e ver se existe uma prova, mesmo de cinquinho quilômetros, num raio de 500 km da cidade de sua prova-alvo. Tem prova? Como chegar? Trem, ônibus? Quanto custa a passagem? Consigo reservar ao menos a noite anterior no hotel? Ou seja, é hora de se antecipar ao problema e não esperar ficar com “uma mão na frente e outra atrás” horas antes da prova ser cancelada.

É preciso mapear cada tipo de cenário. As opções são mais ou menos essas por parte do corredor:

Primeiro, certifique-se das políticas de cancelamento das inscrições, estadias e hotéis. Quem sabe dê para passar a viagem de 2020 para 2021. Para não perder o ciclo de treinamento que tal correr uma maratona nacional?

Segundo, acredito que ao menos nos casos das Majors o cenário de cancelamento (quando acontecer) será da prova dos amadores, mas com a profissional acontecendo. Que tal viajar, assistir o evento e fazer um turismo ou mesmo viajar e correr uma prova do plano B?

Busque opções de corridas menores e em cidades que dê para viajar de seu destino inicial para ter o prazer de correr e trazer uma medalha de volta para o Brasil.

Caso viaje e tenha corrida, algumas atitudes os especialistas recomendam: mantenha distância de um metro de seu interlocutor desconhecido. Evite apertar as mãos ao cumprimentar as pessoas. Nunca, jamais, de maneira alguma, divida squeeze, hidratação ou alimentação.

Enfim, é hora de encarar a realidade. Parar, respirar, avaliar o que pode ou não ser feito. As peças do jogo estão postas, se dará melhor quem puder antecipar a jogada contra seu maior oponente do momento, o coronavírus.