Quem de nós, triatletas, já não se deparou com uma situação assim. Estar treinando firme, focado, no meio daquele bloco específico de treinos ou no período de preparação específica com a competição se aproximando, e de repente aparece uma viagem. Independentemente de ser a lazer ou a trabalho, bate um certo desespero, não é? Da para treinar em viagens?
“E agora? O que eu faço? Vou perdeu meu condicionamento! Vou piorar!”
Primeiro, comunique seu treinador sobre essa viagem para que ele possa analisar o seu planejamento e pensar numa estratégia de treinos. É nesse momento que toda a expertise dele fará a diferença. Forneça a maior quantidade de informações e detalhes possíveis.
Depois, procure saber se terá acesso a uma academia, se haverá alguma piscina ou praia nas imediações, assim como parques e ruas tranquilas e seguras.
Ou seja, faça um levantamento de toda infraestrutura que terá disponível (ou não) para realizar seus treinos durante o período da viagem.
Munido de todas essas informações, é possível, agora, pensar nos treinos por modalidade. De um modo geral, sempre acaba sendo mais difícil manter os treinos de natação. Ou não há piscinas de fácil acesso, ou a piscina é muito pequena, ou é uma mera piscina recreativa.
Nesses casos, o treinador tem que ser criativo, porém coerente e específico, na prescrição dos treinos. Se a piscina tiver, no mínimo, 15 metros, as sessões de treino estão garantidas. Apenas alguns ajustes nas séries e o atleta consegue treinar numa boa.
Mas se a metragem for menor, podemos realizar treinos de natação estacionária, que consiste em amarrar um extensor (cordinha de borracha) na cintura do atleta e ancorar a outra ponta em algum local da borda.
Assim é possível nadar “parado”, realizando séries por tempo. Caso não haja piscina, considere realizar treinos fora d’água com o rubber band ou borrachinha. São, basicamente, treinos de força (resistência de força e/ou potência) e mobilidade, em que o atleta realizará movimentos que imitam o nado.
Nesse caso, pode-se prescrever séries por número de repetições ou por tempo. Se o atleta ainda tiver acesso a uma academia, trabalhos complementares de força geral e de core são muito bem-vindos.
Nem sempre o atleta tem acesso a uma bike para treinar ciclismo em ruas, parques ou estradas da região. Se o atleta consegue levar a bike e o rolo treinador, o que é muito raro haja vista o volume de todo esse equipamento, qualquer meia hora livre se transforma em meia hora de treino de qualidade.
Mas isso não é o usual. Na maioria das vezes, o que o atleta consegue é ter acesso a uma academia. E nesse caso, as bikes de spinning atendem a necessidade, uma vez que é possível prescrever sessões de treinos bem especificas.
Já as bikes ergométricas, dependendo do modelo, até permitem algum tipo de treino em viagens, mas somente para que o atleta mantenha o condicionamento aeróbio e não perca contato com o esporte (gesto motor). A ergonomia desses equipamentos nem sempre é adequada e específica para treino mais avançado.
Da mesma forma que na natação, tendo acesso à academia, o atleta ainda pode realizar treinos de força geral e específica.
A corrida, na maioria das vezes, é a modalidade menos prejudicada quando o atleta está viajando. Por motivos óbvios, tênis, calção e camiseta vão até na bagagem de mão, se for o caso.
Além dessa facilidade, há as ruas, os parques, e as esteiras das academias. O atleta só tem que escolher onde irá correr. Os treinos complementares de força também podem estar presentes na rotina de treino.
Outra possibilidade é o coach programar treinos combinados (nos moldes de cross-training) e treinos de transição indoor. O atleta pode fazer séries de spinning seguidas de corrida em esteira, ou natação seguida de spinning, ou até mesmo as três modalidades (natação, ciclismo e corrida) em séries por tempos reduzidos.
Ainda é possível trabalhar força seguida de um esporte em treinos em viagens, por exemplo. Exercícios para membros inferiores (afundos, agachamentos e leg press, por exemplo) e séries de abdominal/core, seguidos de séries intervaladas de corrida (na esteira) e/ou de bike (spinning).
Para o treinador, o maior desafio não é só manter seu atleta treinando durante a viagem, mas manter a qualidade e a especificidade dos treinos, trabalhar volume e frequência das sessões, e seguir a intensidade dos estímulos adequada ao período em que o atleta se encontra dentro do planejamento.
Em qualquer situação de viagem, o coach ainda pode prescrever exercícios de alongamento, de mobilidade e de estabilização, exercícios para fortalecimento do core, e exercícios que utilizam o peso do próprio corpo (força geral), que o atleta consegue realizar em qualquer espaço livre, até mesmo no quarto do hotel.
Também é interessante que o atleta leve para viagem um pequeno kit contendo rolinho para liberação miofascial, mini-bands e fitas elásticas, que podem ser de grande utilidade quando as possibilidades de treino se tornam reduzidas.
Definitivamente, atletas de endurance têm que ter em mente que, durante uma viagem, o objetivo do treino é minimizar perdas e dar manutenção no condicionamento aeróbio e muscular, e de forma mais específica possível.
Bons treinos e até a próxima!
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