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Correr sozinho ou acompanhado?

Umas das discussões clássicas do running é sobre o que é melhor: correr sozinho ou acompanhado. Uns preferem o silêncio das passadas, outros a conversa amiga (ou nem tanto). Particularmente, venho notando algumas nuances nos dois modos de correr. Até bem pouco tempo atrás, para eu ter uma pessoa ao meu lado nos treinos, só se fosse em um teste na pista. Até então, pessoas correndo ao meu lado só em competições.

A vantagem dos solitários é que se tem a liberdade de ritmo que pode ser feita ao seu bel-prazer, bem como a direção de seu trajeto. Correndo sozinho você não precisa pedir para seu companheiro correr mais devagar ou mais rápido. Não precisa pedir permissão para trocar o percurso anteriormente combinado. Basta seguir seus instintos. E essa é uma das vantagens de correr “solo”.

Já os que preferem correr acompanhados  tem a vantagem de poder ter uma ajuda externa, seja em um papo ou incentivo. Tem também o quesito segurança como fator aliado, já que é mais fácil ser visto por automóveis em grupo do que sozinho. Além do que, uma abordagem de forma perigosa é mais difícil de acontecer em grupo do que sozinho.

 

Com o passar do  tempo e em uma nova Assessoria Esportiva em que corremos todos juntos, mas cada qual no seu ritmo e formamos pelotões dos “iguais”, comecei a sentir prazer de correr acompanhado no treino. 

Vejo por dois prismas. Correr focado para treinos de tiros e/ou intervalados a melhor forma é correr solo, já que é você contra você mesmo sem precisar por “obrigação” segurar aquele ‘pace-amigo’ podendo ir mais rápido ou devagar de acordo com seu condicionamento. Já treinos de rodagens e longos, onde ritmos entre amigos se assemelham,  podem e devem ser feitos sempre que possível em grupo.

Importante para quem corre sozinho é avisar seus entes mais ou menos onde pretende correr. Correr sempre munido de identificação para qualquer eventualidade. E uma graninha extra no bolso se o treino se der na rua e não em parques.

Já a dica de ouro para quem gosta de correr acompanhado é saber que seu ritmo está “ok” frente o parceiro. O  macete é saber se, enquanto treina, o corredor consegue manter uma conversa com respiração não ofegante. Se for muito ofegante o ritmo está meio rápido.

Em suma: nem sozinho nem acompanhado. O que vale mesmo é o equilíbrio para cada tipo de treino. Dá para fazer os dois.

Harry Thomas Jr

Jornalista especializado em corridas de rua desde 1999, Harry competiu pela primeira vez em 1994 e desde então já completou 31 maratonas – sendo três sub 3 horas: São Paulo (2h59min30), Nova York (2h58min20) e Blumenau (2h58min10). Também concluiu seis Ultratrails: 60K Ultratrail Putaendo, 67K Ultratrail Torres del Paine, 50K Indomit Costa Esmeralda e os 50K Ultra Fiord por três vezes. Já correu em países como Argentina, Chile, Estados Unidos, Grécia e Japão.

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Harry Thomas Jr

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