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Idade não é o limite

Nunca é tarde para realizar um sonho ou fazer algo que dê prazer, traga felicidade. Atualmente, o idoso é mais ativo do que épocas anteriores. Mesmo que se aposente, trabalha por mais anos, é mais independente e muitas vezes busca fazer atividades que não pôde executar quando mais jovem. Entre elas a corrida.

O esporte é transformador, não exclui raças, credos, idade, peso e altura. Sociabiliza e mantém sua energia em alta.

A corrida é uma boa opção. Melhora a massa muscular, massa óssea e a estabilidade articular. Portanto, melhora o equilíbrio prevenindo quedas. Melhora também a função cardiorrespiratória, e aumenta a endorfina e a serotonina.

O treino de corrida para idoso vai exigir maiores cuidados, principalmente se durante a vida ele foi sedentário, obeso ou tabagista.

 

 

Com a idade, apresentamos desgastes e limitações funcionais. A tendência natural é ter a cifose (corcunda) aumentada e perder mobilidade de quadril, joelhos e tornozelos. Essa tendência de correr como se estivesse “sentado” (quadril flexionado, joelho dobrado e coluna curva) aumenta com a idade.

Se parte do treino de corrida para idoso for dirigido para a funcionalidade, mobilidade, fortalecimento e postura, e o limite de cada corpo for respeitado, o sucesso é certo. Poderia citar aqui vários exemplos de corredores espalhados pelo mundo que começaram numa fase mais avançada e permaneceram até na ativa.

Bastante peculiar é a história da Dona Mitico Nakatani. Por mais de 10 anos esteve enferma, precisando ser carregada pelo marido para todos os lugares. Aos 57 anos, por ordem médica começou a caminhar. Passados alguns meses a adrenalina falou mais alto e começou a correr.

Sua estreia nos 42 km foi em 2000 quando correu a maratona de Nova York. Quatro anos depois foi a Paris e aos 71 anos à Espanha. Além de muitos outros feitos também foi por 10 anos campeã, por idade, na São Silvestre.

Planeje seu treino, respeite seu corpo e não se subestime, sua vida certamente vai ter mais qualidade.

Thays Baena

Fisioterapeuta com 35 anos de carreira, é acupunturista e especializada em RPG GDS (cadeias musculares e articulares). Fez educação continuada em fisiopatologia e terapêutica da dor. Trabalhou em Aachen, na Alemanha, com terapias manuais, na AACD com reabilitação de crianças, no Hospital das Clínicas com o grupo de coluna e no Esporte Clube Sírio com esportes gerais. Fez parte da equipe do grupo de médicos do esporte e saúde do Hospital do Servidor Público. Atua desde 1986 com reabilitação ortopédica com atletas, idosos e crianças. Entre as técnicas aplicadas em suas terapias estão liberação miofascial, pilates para a reabilitação, fisioterapia nas disfunções temporomandibulares e rolfing.

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