Cuidados ao correr no calor

Atualizado em 18 de outubro de 2016
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A previsão do tempo para esta semana é de calor, muito calor, na maior parte do nosso país. Nessas horas, escutamos muitos corredores se queixando de dores, indisposição, baixo rendimento, cansaço, etc. Entenda os motivos e veja algumas dicas para não sofrer tanto ao correr no calor.

Quanto maior a temperatura ambiente, maior será o gasto energético do nosso corpo para manter seus aproximados 36°C, utilizando-se de mecanismos para nos refrigerar. Os principais mecanismos são o aumento da circulação periférica do sangue e o suor.

Quando esta circulação periférica aumenta, dilatando nossos vasos periféricos, nossa pressão tende a reduzir e o sangue que costumava ficar mais concentrado em locais específicos passa a ficar mais próximo da nossa pele, reduzindo a eficiência de funções como digestão, raciocínio, atenção e até mesmo de contração e relaxamento muscular.

Conforme transpiramos, além de perdermos água, perdemos também sais minerais como o sódio, essencial no processo de contração e relaxamento muscular. Se transpirarmos demais sem repor o líquido perdido, o corpo fica desidratado, afetando quase todas as nossas funções.

Note que apenas estes poucos fatores já contribuem para fadiga e fraqueza precoce do músculo, gerando falta de ar, tonturas, quedas abruptas de pressão, vômitos, dores de cabeça, etc. O resultado é natural: aumento do pace, baixa quilometragem, redução do volume de treinos ou até lesões e afastamentos por perda da rotina e da disposição.

Mas para que tudo isso não aconteça (ou pelo menos para afastar as chances de tudo isso acontecer), vale a pena tentar seguir algumas dicas ao correr no calor:

 

 

– Mude seus horários de treinos: é a primeira alternativa de muitos corredores que treinam na hora do almoço ou no final do dia, passando a treinar no início da manhã. Aqueles que já treinam pela manhã, às vezes decidem começar ainda mais cedo;

– Acompanhe a previsão do tempo: se você descobre que um dia antes ou depois do dia que você planejou treinar vai esfriar um pouco, tente antecipar ou adiar o treino (na medida do possível), fazendo adaptações de acordo com a característica do treino;

– Faça adaptações em sua planilha: por exemplo, reduza ou fragmente os longos ou altere a intensidade e a duração, inclusive dos treinos de subida (sugiro que converse com seu treinador);

– Nutrição: aumente a ingestão de líquidos antes, durante e após os treinos, bem como da reposição dos sais minerais e nutrientes perdidos (vale a pena conversar com seu nutricionista);

– Busque novas rotas: procure percursos com mais sombras, mais arborizados, com mais correntes de ar e, se possível, com chão menos quente (por exemplo, terra batida e trilhas);

– Banho frio: logo após correr no calor, um banho frio ajuda o seu corpo a se resfriar mais rapidamente, poupando algumas energias valiosas;

– Respeite o seu corpo: se você sentir que o corpo não está legal, não force.

A verdade é que, para muitos, o calor é uma questão de costume. E nosso corpo realmente tem essa capacidade. No entanto, toda adaptação precisa de um tempo mínimo e, por isso, devemos nos cuidar. Portanto, entenda que precisamos deste tempo e tenha paciência, pois logo mais você sofrerá cada vez menos… a não ser que esteja muito, muito quente mesmo!